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Hillary Clinton diz que Irã está virando ditadura militar em programa de TV | Reuters
Hillary Clinton diz que Irã está virando ditadura militar em programa de TV| Foto: Reuters

Os Estados Unidos consideram que o Irã pode estar virando uma ditadura militar e que sua Guarda Revolucionária pode estar suplantando o governo, disse na segunda-feira a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton.

Em pronunciamento televisivo a estudantes no Catar, Hillary negou que os Estados Unidos pretendam atacar o Irã e disse que Washington gostaria de dialogar com a República Islâmica, desde que o país se empenhe nesse sentido.

"Estamos planejando tentar unir o mundo na aplicação de pressão ao Irã por meio de sanções adotadas pelas Nações Unidas que serão particularmente voltadas para aquelas empresas controladas pela Guarda Revolucionária, que acreditamos que esteja na prática suplantando o governo do Irã", disse ela.

"Vemos que o governo do Irã, o líder supremo, o presidente e o Parlamento estão sendo suplantados e que o Irã está avançando para uma ditadura militar."

Essa foi a avaliação mais franca já divulgada por um membro do governo dos EUA sobre a influência da Guarda Revolucionária, uma força de elite cuja influência tem crescido nos últimos anos, por meio de uma rede de bancos, empresas de navegação e outras empresas sob seu controle.

A corporação foi criada depois da Revolução Islâmica de 1979 para proteger o sistema contra ameaças internas e externas. Ela tem cerca de 125 mil combatentes, com unidades aéreas, terrestres e navais, que operam separadamente do Exército regular, com 350 mil soldados, e respondem diretamente ao líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

O Ocidente e muitos Estados árabes acusam o Irã de usar seu programa nuclear civil como disfarce para desenvolver armas nucleares. O país alega que sua intenção é apenas gerar eletricidade com fins civis.

Hillary já havia admitido que a abordagem diplomática do governo de Barack Obama não funcionara com o Irã, sugerindo que uma quarta rodada de sanções na ONU seria a única opção.

"O que estamos tentando fazer é passar uma mensagem ao Irã, uma mensagem claríssima de que ainda estamos abertos ao envolvimento, ainda acreditamos que haja um caminho diferente para o Irã trilhar. Mas queremos o mundo unido em passar um recado inequívoco ao Irã de que não ficaremos parados de lado enquanto vocês mantêm um programa nuclear que pode ser usado para ameaçar os seus vizinhos e além", acrescentou.

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