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O colapso do governo de centro-direita da Holanda provocará a eleição de um governo trabalhista nas eleições antecipadas e previstas para serem realizadas dentro dos próximos meses, revelou uma pesquisa de opinião nesta sexta-feira.

O primeiro-ministro, Jan Peter Balkenende, entregou o pedido de renúncia à rainha Beatrix nesta sexta-feira, depois de ter anunciado o colapso de sua coalizão na quinta-feira.

Um pequeno partido da base governista abandonou a aliança devido à forma como o governo tratou a polêmica envolvendo a cidadania de uma parlamentar nascida na Somália.

A rainha Beatrix, chefe de Estado, realizará consultas com todos os partidos políticos nos próximos dias.

Antes de novas eleições que podem ser realizadas já em setembro ou em outubro, o governo minoritário formado pelos dois partidos restantes deve continuar dirigindo o país, com a ajuda de legendas da direita.

Segundo pesquisas de opinião, os trabalhistas devem conquistar 44 das 150 cadeiras do Parlamento no próximo pleito.

Essa bancada seria muito maior do que a de qualquer um dos partidos ainda presentes na coalizão de Balkenende, o VVD e o CDA, que ficariam com até 33 e 38 cadeiras, respectivamente, caso as eleições fossem realizadas agora, segundo pesquisas de opinião.

Mas essas pesquisas também apontam para incertezas sobre se os trabalhistas conseguiriam formar uma maioria integrada por partidos de esquerda.

- As sondagens atuais mostram que podemos ter um governo de esquerda após o novo pleito, mas a disputa será acirrada - afirmou a economista Aline Schuiling, do Instituto Fortis.

Se os trabalhistas se unirem ao partido Esquerda Verde e ao Partido Socialista, ainda assim ficariam dez cadeiras atrás de uma maioria.

As pesquisas mostram que o partido D66, que integrava a coalizão de Balkenende e que provocou o colapso do governo, perderia metade de suas seis cadeiras.

Os eleitores holandeses votaram nos partidos de esquerda no pleito municipal realizado meses atrás, rejeitando os populistas antiimigração e os partidos de centro-direita responsabilizados pelo fraco desempenho da economia.

As eleições gerais só deveriam ser realizadas em maio de 2007. O terceiro colapso de um governo desde 2002 acontece em meio a uma crescente preocupação da opinião pública com a segurança e a imigração. Tais questões ajudaram o governo de centro-direita de Balkenende subir ao poder, em 2003.

O atual governo afirma ter reestruturado o Estado de bem-estar social e prometeu conceder vários benefícios aos holandeses em seu último ano de mandato. As eleições antecipadas podem impossibilitar o cumprimento dessas promessas.

"Este era para ser o ano de colheita deste governo. A economia começou a se recuperar e o CDA e o VVD estão, lentamente, reconquistando terreno nas pesquisas", afirmou o jornal "De Volkskrant".

Pesquisas recentes feitas pela Interview NSS/NOVA e o Peil.nl mostraram que, se as eleições fossem realizadas agora, os democratas-cristãos, liderados pelo premier, perderiam entre seis e nove de suas atuais 44 cadeiras. Os liberais do VVD conquistariam entre três e cinco cadeiras a mais.

O governo caiu depois de a ministra da Imigração, Rita Verdonk, ter ameaçado revogar a cidadania holandesa de Ayaan Hirsi Ali depois de a parlamentar ter admitido que mentiu sobre seu nome, sua idade e sua condição de refugiada ao desembarcar na Holanda, em 1992. Verdonk acabou desistindo da revogação.

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