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Policiais em Amsterdã: governo da Holanda alega necessidade de “neutralidade”, mas coordenador nacional contra a discriminação e o racismo aponta que parte da sociedade será excluída devido a suas crenças
Policiais em Amsterdã: governo da Holanda alega necessidade de “neutralidade”, mas coordenador nacional contra a discriminação e o racismo aponta que parte da sociedade será excluída devido a suas crenças| Foto: Divulgação/Wikimedia Commons

A ministra da Justiça e Segurança da Holanda, Dilan Yesilgöz-Zegerius, anunciou nesta quarta-feira (28) que proibirá aos agentes da polícia o uso de símbolos ou peças de vestuários de caráter religioso, o que inclui o véu, o kippah e os crucifixos, visando garantir a “neutralidade do uniforme”.

“Os agentes da polícia são pessoas que representam o governo com uma tarefa especial. As expressões visíveis de religião ou crença não são compatíveis com seu uniforme. Por isso, vamos regulamentar a neutralidade do uniforme policial”, indicou a integrante do governo, através de mensagem no Twitter.

Yeşilgöz-Zegerius, que pertence ao partido liberal VVD, do primeiro-ministro Mark Rutte, explicou que deseja que a “neutralidade religiosa” esteja “explicitamente” clara no código de vestimenta da polícia holandesa.

“Está realmente longe de discriminação. A polícia é uma organização inclusiva, que está trabalhando arduamente para ser ainda mais inclusiva. Mas acho que a neutralidade é realmente importante”, disse a ministra.

Sobre a situação das mulheres que cobrem a cabeça com um véu, Yeşilgöz-Zegerius garantiu que elas seguirão bem-vindas na polícia, mas “em outros lugares, porque, durante o contato com o público, é preciso estar neutra para que as pessoas que estejam à frente sempre vejam o mesmo uniforme”.

A medida teve o respaldo da maioria parlamentar, mas Rabin Baldewsingh, coordenador nacional contra a discriminação e o racismo, criticou a proibição e considerou que a ministra “não está servindo a sociedade, se uma parte da sociedade está excluída de desempenhar seu papel, devido a suas crenças”.

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