O candidato socialista às eleições presidenciais francesas, François Hollande, destacou neste sábado (28) a nova postura da chefe do governo alemão, Angela Merkel, no campo do crescimento e afirmou que esta postura mudará ainda mais depois do segundo turno, em 6 de maio.
"O que dizia (Merkel) há algumas semanas? Que não queria nem mesmo ouvir a palavra "crescimento", como mostra de como estava apegada à austeridade. Isto mudou e mudará ainda mais depois da eleição" francesa, disse Hollande, interrogado sobre a possibilidade de uma renegociação do tratado orçamentário europeu.
O candidato socialista, favorito ao segundo turno das eleições presidenciais de 6 de maio para suceder o presidente em fim de mandato Nicolas Sarkozy, prometeu renegociar este pacto para acrescentar medidas destinadas a favorecer o crescimento europeu.
"Não sei se vou vencer as eleições presidenciais", declarou Hollande à Rádio J, mas a chanceler alemã e os dirigentes europeus consideraram esta vitória "como uma hipótese muito séria a ponto de modificar os calendários e o conteúdo da agenda europeia".
"Retomando a iniciativa pretendida pelo presidente (Herman) Van Rompuy para o Conselho Europeu, Merkel diz que está pronta para incluir mais crescimento. Nada mais do que por isso, a campanha (francesa) terá sido útil e se for vencedor, será ainda mais, pois irei ainda mais longe. Haverá renegociação e haverá um pacto de crescimento", assegurou.
Em entrevista publicada neste sábado (28) pelo jornal alemão Leipziger Volkszeitung, Merkel anuncia a preparação de uma "agenda de crescimento para a cúpula europeia, em junho".
Os 27 países da União Europeia, exceto a Grã-Bretanha e a República Tcheca, assinaram um novo pacto de disciplina orçamentária no fim de janeiro, que prevê a introdução em todas as partes de "regras de ouro" sobre o equilíbrio dos orçamentos nacionais.
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