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O homem morto no metrô de Londres nesta sexta-feira é o brasileiro Jean Charles de Menezes, de 26 anos. Sua família é da cidade rural de Gonzaga, região leste de Minas Gerais. O primo da vítima, Alex Alves Pereira, que fez o reconhecimento do corpo, contou que ele estava legalmente no país, tinha trabalho fixo como eletricista e falava inglês fluentemente. Abalada com a morte, a família não soube informar quando o corpo de Jean será trazido para o Brasil.

Alex, no entanto, pediu às autoridades britânicas que a liberação aconteça o mais rapidamente possível:

- Pedi que liberassem o corpo dele logo porque não há nada mais que eu possa fazer por ele. Nós temos é que levar o corpo para o Brasil porque é o que a família, amigos, todo mundo quer.

Alex também contou que Jean não tinha motivos para correr da polícia.

- Ele não corria de nada e não tinha nada no passado que o fizesse correr. O problema é que ele brinca muito e tinha alguém seguindo ele no metrô. Essa pessoa é que falou para a polícia civil que ele era suspeito - disse Alex Alves Pereira, que fez o reconhecimento do corpo.

O Itamaraty deve se pronunciar sobre o episódio e está aguardando apenas um comunicado formal das autoridades britânicas para se manifestar.

Brasileiro estava indo trabalharAs primeiras notícias de que a vítima era brasileira foram divulgadas pelo jornal dominical 'The Observer', que teria obtido a informação de fontes policiais. Os rumores cresceram depois de a polícia ter procurado a Embaixada Brasileira em Londres.

O brasileiro foi morto quando estava indo para o trabalho. Ele teria sido alvejado pela polícia britânica, a Scotland Yard, porque sua roupa e comportamento levantaram suspeitas da polícia.

Maria Alves, prima de Jean Charles Menezes, contou que ele vivia em Londres há quase cinco anos. O brasileiro morava com outros quatro primos.

- Ele falava muito bem inglês e tinha situação legal, tinha permissão para estudar e trabalhar lá - disse Maria Alves, que mora em São Paulo, acrescentando que em fevereiro passado, ele esteve no Brasil em férias.

No início desta tarde, a polícia reconheceu que o homem não tem ligação com o atentado malsucedido desta quinta-feira em Londres. Segundo a CNN, a Scotland Yard disse lamentar muito a morte, que ocorreu no metrô de Stockwell, no sul de Londres nesta sexta-feira.

"Nós acreditamos saber a identidade do homem morto pela polícia na estação de metrô Stockwell na sexta-feira, dia 22 de julho de 2005, apesar de ele ainda estar sob processo de identificação formal', informou a polícia metropolitana em uma nota divulgada neste sábado, antes de o corpo ser identificado.

Em uma entrevista coletiva concedida na sexta-feira, o chefe da Scotland Yard, sir Ian Blair, chegou a confirmar que o homem morto tinha ligação direta com os atentados terroristas frustrados de quinta-feira.

A informação foi desmentida logo depois, na emissora de TV Sky News, que citou fontes ligadas ao serviço de segurança.

- É o que fui informado por fontes do ligadas ao serviço de segurança. O homem morto na estação de Stockwell não foi um dos quatro terroristas que a polícia está caçando - disse o repórter Martin Brunt, da Sky TV.

Na ocasião, um porta-voz da Polícia Metropolitana de Londres apenas comentou: "o cavalheiro morto em Stockwell hoje ainda precisa ser identificado, então é impossível associá-lo a qualquer coisa neste momento".

No início, se pensou que o brasileiro teria origem asiática. Jean foi visto quando saltava uma barreira para entrar em um vagão de trem estacionado na estação de Stockwell, da linha Norte, ao sul da capital. Ele estaria sendo perseguido por policiais à paisana desde quando entrou na estação.

Teri Goldly, uma testemunha, contou que estava parada ao lado do brasileiro antes de a perseguição policial começar.

- Um homem asiático, alto, com a cabeça raspada e barba rala, com uma mochila, parou na minha frente. Pouco depois, enquanto se preparava para entrar no trem, oito ou nove policiais disfarçados, portando transmissores e armas começaram a gritar para que todos saíssem - disse a testemunha.

Sua descrição coincidia com a foto de um dos suspeitos divulgada pela polícia.

Outra testemunha disse à rede BBC que o brasileiro tropeçou e então os agentes dispararam cinco vezes. Os tiros que o mataram foram à queima roupa. Os passageiros foram retirados imediatamente de todos os vagões, enquanto a polícia ordenava o fechamento da linhas Norte e Victoria.

Na sexta-feira, as autoridades divulgaram imagens capturadas pelo circuito interno de televisão das estações Oval, Warren Street e Shepherd's Bush e pela câmera dentro ônibus número 26.

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