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Juan Hernández culpou a política antidrogas norte-americana pela expansão do narcotráfico em Honduras | Gustavo Amador / EFE
Juan Hernández culpou a política antidrogas norte-americana pela expansão do narcotráfico em Honduras| Foto: Gustavo Amador / EFE

O governo de Honduras sugeriu nesta quarta-feira (16) que o Estados Unidos deve colaborar com um plano para inibir a emigração de crianças da América Central para os EUA. O plano, disse o presidente hondurenho Juan Hernández durante a conferencia internacional sobre Migração, Infância e Família, deve incluir o combate ao narcotráfico e a revitalização da economia nos moldes do Plano Colômbia. A maior parte das crianças imigrantes ilegais que chegam à fronteira dos Estados Unidos são de Honduras.

Hernández havia elevado o tom das críticas aos Estados Unidos no começo desta semana, quando culpou a política antidrogas norte-americana pela expansão do narcotráfico em seu país. Segundo ele disse, as operações militares norte-americanas na Colômbia, e também no México, empurraram os traficantes para Honduras, que se transformou em rota de envio de substâncias ilícitas para os EUA, o maior mercado consumidor de drogas do mundo.

"As raízes da causa é que os Estados Unidos e a Colômbia realizaram grandes operações na luta contra as drogas. Depois o México fez isso. Isso tem criado um sério problema para nós que repercute na imigração", disse ele em entrevista ao jornal mexicano Excelsior.

Na terça-feira (15), dezenas de crianças hondurenhas foram devolvidos ao seu país de origem pelos EUA.

O tema das crianças ilegais que chegam nos EUA - ou para encontrar seus pais que já fizeram a travessia ou para enviar dinheiro para parentes que ficaram na terra natal - acabou por relançar a proposta da reforma da imigração no governo do presidente Barack Obama. Ele é o presidente norte-americano que mais deportou imigrantes na História.

A Casa Branca chegou a pedir ao Congresso US$ 3,7 bilhões para tratar do tema.

Afirmando que o problema da imigração de crianças é de todos, Hernández pediu ajuda aos EUA e ao México.

"Temos que reconhecer que nossos países não pode fazer isso sozinhos. Precisamos de apoio dos EUA e do México.

O Plano Colômbia foi um controverso projeto dos Estados Unidos implementado no fim dos anos 1990 para combater o narcotráfico na Colômbia e incluía a presença de bases militares norte-americanas em solo colombiano.

Em 2008, o governo norte-americano fez um programa similar no México, chamado Iniciativa Mérida, para atuar com as autoridades encarregadas de combater o crime organizado. O México continuam enfrentando altos índices de violência organizada, com a formação de forças de autodefesa para combater narcotraficantes ganhando o noticiário internacional no ano passado. Já a Colômbia agora realiza um complicado processo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, grupo guerrilheiro que controla áreas de plantio de drogas.

"Houve um trabalho conjunto de assumir a responsabilidade entre os que produzem a demanda da droga e os que produzem a droga no sul", afirmou Hernández sobre o Plano Colômbia.

Outros países da América Central, como a Guatemala, também são a origem mais de 52 mil jovens sem acompanhantes que tentaram cruzar a fronteira norte-americana desde outubro. Estimativas indicam que o número pode chegar a 90 mil até o final deste ano.

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