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Manifestantes bloqueiam uma avenida próximo dos escritórios do governo de Hong Kong | EFE/Dennis M. Sabangan
Manifestantes bloqueiam uma avenida próximo dos escritórios do governo de Hong Kong| Foto: EFE/Dennis M. Sabangan

No último dia 28 de setembro, moradores de Hong Kong foram às ruas pedir mais democracia na região, controlada desde 1997 pela China. Desde então, a quantidade de pessoas que ocupa um dos principais centros financeiros da Ásia só tem aumentado. A principal reivindicação dos manifestantes é que não seja necessária a chancela de Pequim para as próximas eleições, marcadas para 2017.

Em entrevista à Gazeta do Povo, Angelo Segrillo, coordenador do Laboratório de Estudos da Ásia da Universidade de São Paulo (USP), diz não acreditar que os protestos resultem em mudanças significativas. "Não acredito que Hong Kong conseguirá concessões radicais de autonomia", afirma.

A mobilização popular que se formou em Hong Kong tem força para garantir uma maior abertura democrática na região?

Dependendo como vai ser conduzida, pode arrancar algumas concessões marginais de Pequim, mas não acho que conseguirá concessões essenciais. Isso no cenário positivo. Teme-se muito por um cenário negativo, com forte repressão do movimento se ele se radicalizar.

Que tipo de prejuízos teria a China caso Hong Kong conquistasse maior autonomia?

Não haveria maiores prejuízos. Certamente não economicamente. O que Pequim teme são as consequências políticas de uma maior autonomia. Temem o exemplo de que uma rebelião bem sucedida em Hong Kong poderia acontecer também na China continental.

Ao governo de Hong Kong parece também não interessar sair do domínio chinês. Por quê?

O governo de Hong Kong atual é intrinsecamente ligado a Pequim.

Como um dos principais centros financeiros internacionais, uma mudança no regime de Hong Kong poderia afetar a economia global?

Teoricamente sim. Mas não interessa a Pequim "criar marola" na economia global. Portanto, eles se certificarão de que o que acontecer politicamente terá a menor interferência possível na economia.

Em termos políticos, uma maior autonomia da região teria efeitos na correlação de forças entre as potências ocidentais e os aliados da China?

Não acredito que Hong Kong conseguirá concessões radicais de autonomia de Pequim fora as que já existem nos termos do acordo firmado [que preserva o regime capitalista na antiga colônia até 2047].

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