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Curitiba – A morte do ditador Augusto Pinochet representa uma oportunidade de reflexão para o povo chileno. No Exército, por exemplo, onde o ditador concentrou a sua influência, a tendência nos últimos anos tem sido um processo de reinstitucionalização - num cenário sem os mandos de Pinochet. Um reordenamento político que tende a se consolidar ainda mais. A análise é de José Rodríguez Elizondo, professor de Relações Internacionais da Universidad de Chile. "No momento vemos nas ruas reações emocionais tanto de vítimas quanto de partidários de Pinochet. Quando os ânimos se contiverem os chilenos estarão mais conscientes dessa hora de reflexão."

O ditador morre sem ter sido julgado e se esquivando da responsabilidade pelas mortes ocorridas durante o seu governo, diz Elizondo. Nos 17 anos do regime de Pinochet (1973 – 1990), mais de 3 mil pessoas morreram.

"Pinochet foi um marco na história mundial. Não de uma maneira gloriosa, mas pelos horrores que marcaram seu governo."

Por não ter respondido na Justiça chilena pelos crimes contra a humanidade e de corrupção, espera-se que a história coloque Pinochet no hall das figuras maléficas para o mundo, diz Luciana Worms, professora de geopolítica do curso pré-vestibular Positivo.

Com a abertura de investigação sobre as contas secretas milionárias de Pinochet nos EUA no fim de 2004, a honestidade do ditador foi colocada em xeque. Sua fortuna é estimada em US$ 27 milhões. "Pinochet morre com os chilenos sabendo que ele também foi corrupto."

Além da corrupção em seu governo, Pinochet foi um dos poucos ditadores no mundo a desrespeitar a extraterritorialidade das embaixadas, lembra Luciana. "Muitos foram perseguidos políticos foram presos dentro de embaixadas."

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