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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, classificou hoje de golpista o cardeal que disse desconhecer seu governo e que qualificou de "embuste" as eleições dos conselhos municipais do próximo dia 7 de agosto.

- O cardeal (Rosário) Castillo Lara disse que as eleições são uma "pantomima". Ele é que é uma pantomima e dá tristeza. Este cardeal é um golpista. E isto deve saber o papa - disse hoje Hugo Chávez em seu programa de televisão "Alô Presidente".

A resposta de Chávez se deveu a uma entrevista do cardeal publicada pelo jornal "El Universal".

- As eleições são uma pantomima na qual não se pode confiar. Há muito tempo venho dizendo que aqui já não há democracia nem Estado de Direito. O que temos é uma democracia de aparência. Certamente estou convencido de que aqui há uma ditadura - disse o cardeal ao jornal.

Ao ser consultado sobre o que se devia fazer nestas circunstâncias, Castillo Lara disse que "rechaçar este governo. Desconhecê-lo". Chávez conclamou todos a rejeitar os chamados contra as eleições.

- É muito importante que todos vamos votar. Alguns setores estão conclamando as pessoas a não votarem e atiraram uma granada contra o Conselho Nacional Eleitoral. É tudo uma conspiração - disse.

Esta semana, uma granada que não chegou a explodir foi lançada no Conselho no centro de Carabobo. Chávez disse que a afirmação do cardeal sobre as eleições era "parte da conspiração" contra os comícios. Castillo Lara "apela ao artigo 350 da Constituição e chama a desconhecer o governo. Ele é claramente um bandido, um procurador do antigo governo, golpista, imoral".

Chávez recordou que o falecido cardeal Ignácio Velasco firmou um decreto que suprimiu os poderes no golpe que o retirou do governo por 47 horas em abril de 2002 e que este mesmo cardeal tentou, então, convencer-lo a renunciar.

O presidente alertou que há setores que "vão seguir tratando de alterar a paz da República tratando de desalentar as pessoas para as eleições".

- Já começaram a dizer algumas vozes da oposição golpista que não querem eleições. Querem invasões - disse.

Insistiu que deve fazer um esforço para "que a maior parte das pessoas vá votar no 7 de agosto", mas que a abstenção nos processos locais é "um comportamento constante" e não significará nenhum triunfo para os que a auspiciam.

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