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No primeiro turno das eleições peruanas, em 9 de abril, a grande dúvida era saber quem seria o adversário do candidato nacionalista, Ollanta Humala, no segundo turno. Por uma estreitíssima vantagem, o ex-presidente (1985-1990) e candidato do Partido Aprista (Apra), Alan García, derrotou a candidata de centro-direita, Lourdes Flores. Hoje, a principal incógnita é saber se o chamado "voto oculto" (eleitores que teriam optado por Ollanta mas têm vergonha de reconhecê-lo) ameaçará a vitória de García.

Na sexta-feira, diretores das três principais empresas de pesquisas do Peru coincidiram em afirmar que, embora o candidato aprista tenha recuado nas últimas duas semanas, ainda é o favorito, com uma vantagem entre 6 e 10 pontos percentuais. No entanto, alertaram, o "voto oculto" não pode ser ignorado.

- Há tendência à estabilidade e, se estamos medindo bem as coisas, García vai vencer. Se Ollanta for eleito a única explicação será que o voto oculto era maior do que tínhamos imaginado - disse o diretor da Apoio e Mercado, Alfredo Torres.García recebe apoio do bloco fujimorista

Segundo a mais recente pesquisa da Apoio (cuja divulgação está proibida no Peru), o candidato aprista está em primeiro lugar com 53% dos votos, contra 47% de Humala. No estudo da Universidade de Lima, o ex-presidente também lidera com 55,9% dos votos, contra 44,1% do nacionalista. Em ambos os casos somente foram contabilizados os votos válidos (ficaram de fora nulos e brancos).

- Se somarmos todos os votos, García tem 47,9%, Ollanta, 37,8%. Os votos nulos e brancos chegam a 14,3% - comentou o diretor de pesquisas da universidade, Luis Benavente.

O aumento dos votos em branco (que se explica pelo altíssimo nível de rejeição a ambos candidatos) é uma das principais preocupações de García, que na sexta fez um apelo.

- O voto em branco ou nulo é uma tentação, mas neste momento temos de decidir se entregamos o país a um grupo improvisado que não tem programa ou se optamos pela mudança responsável - declarou o candidato, que na quinta-feira recebeu o apoio da ex-candidata pela Aliança para o Futuro (AF, movimento fundado pelos seguidores do ex-presidente Alberto Fujimori), Martha Chávez.

O poder dos fujimoristas é outro fator que não pode ser subestimado nesta eleição. A aliança fujimorista conseguiu eleger entre 12 e 14 congressistas e será a terceira força do novo Parlamento. Keiko Sofia Fujimori, filha do ex-presidente, foi a deputada mais votada na eleição legislativa de 9 de abril.

Colaboradores de Ollanta denunciaram supostos vínculos entre García e Fujimori, que aguarda em Santiago a decisão da Justiça chilena sobre o pedido de extradição feito pelo atual governo, de Alejandro Toledo.

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