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Ministro das relações exteriores da Espanha Miguel Angel Moratinos, presidente cubano Raíl Castro, cardeal cubano Jaime Ortega and ministro das relações exteriores de Cuba Bruno durante encontro em Havana. | REUTERS/Yosvany Fernandez
Ministro das relações exteriores da Espanha Miguel Angel Moratinos, presidente cubano Raíl Castro, cardeal cubano Jaime Ortega and ministro das relações exteriores de Cuba Bruno durante encontro em Havana.| Foto: REUTERS/Yosvany Fernandez

O Arcebispado de Havana divulgou nesta quinta-feira (8) as identidades dos seis presos políticos que devem ser transferidos para penitenciárias próximas de suas casas, conforme anunciou nesta quarta-feira. Ainda não foram divulgadas as identidades dos presos que devem ser libertados.

No comunicado, a Igreja cubana diz que serão transferidos para centros penitenciários de suas províncias, nas próximas horas, Nelson Molinet, Claro Sánchez Altarriba, José Daniel Ferrer García, Marcelo Manuel Cano Rodríguez, Ángel Juan Moya Acosta e Luis Enrique Ferrer García.

Em comunicado ontem, a Igreja anunciou que o governo de Cuba vai libertar 52 presos políticos. A nota informava que cinco dos presos deveriam ser soltos nas próximas horas, e os outros 47 em um período entre três ou quatro meses. Outros seis seriam transferidos para prisões mais próximas de suas casas.

O governo cubano ainda não confirmou a informação.

Os 52 dissidentes que serão soltos são os que ainda restavam do Grupo dos 75, presos em 2003, na chamada "Primavera Negra".

Devido ao caso dos 75 políticos detidos, a União Europeia (UE) impôs sanções a Cuba, levantadas temporariamente em 2005 e definitivamente em 2008 por iniciativa ds Espanha que, nos últimos anos, tentou aproximar Havana e Bruxelas.

A libertação foi comunicada em um encontro do presidente de Cuba, Raúl Castro, com o cardeal Jaime Ortega e o chanceler da Espanha, Miguel Angel Moratinos, segundo documento divulgado pelo Arcebispado de Havana.

O documento afirma que os cinco primeiros libertados vão poder partir rumo à Espanha em companhia de seus parentes.

Os demais também poderão deixar a ilha. A imprensa espanhola menciona que França e Espanha receberiam os presos políticos, enquanto que o Chile se declarou oficialmente disposto a fazê-lo.

"Tardia, mas bem vinda"

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse nesta quinta que a decisão do governo cubano de libertar 52 dissidentes políticos é tardia, mas ainda assim um "sinal positivo".

"Nós estamos felizes pelo aparente acordo entre a Igreja Católica e as autoridades em Cuba pela libertação dos 52 presos políticos", disse Clinton. "Achamos que é um sinal positivo. É algo tardio, mas ainda assim muito bem vindo."

Pressão internacional

A Igreja Católica cubana vinha fazendo desde 19 de maio a mediação para tentar a soltura dos dissidentes.

Cuba está sob forte pressão internacional após a morte do dissidente Orlando Zapata Tamayo, em 23 de fevereiro, depois de uma greve de fome, e desde então amenizou sua política para dissidentes, considerados mercenários a trabalho dos EUA.

Outro dissidente, Guillermo Fariñas, está em greve de fome há 134 dias pela soltura de 25 presos políticos doentes, que devem estar no grupo a ser libertado. Ele se disse cético a respeito do anúncio desta quarta-feira.

Entidades pró-direitos humanos avaliaram nesta semana que o regime comunista da ilha ainda tem 167 dissidentes atrás das grades, incluindo dez em liberdade condicional.

Se confirmada, a libertação deve ter impacto positivo nas relações de Cuba com os Estados Unidos e a Europa.

A libertação seria a maior desde 1998, quando 101 prisioneiros políticos estavam entre os cerca de 300 detentos soltos após a visita do papa João Paulo II.

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