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Tsunami deixa Ilhas Salomão isoladas

Os habitantes temem retornar para suas casas. Muitos edifícios públicos e áreas comerciais foram destruídas, assim como residências.

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Após tsunami, ajuda ainda não chega nas Ilhas Salomão

Algumas ilhas ainda estão fora de contato e dezenas de vilas não podem ser acessadas por meio de estradas.

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O ministro do Interior das Ilhas Salomão, Bernard Giro, declarou na terça-feira estado de calamidade nas duas províncias de Western e Choiseul, as mais duramente atingidas por um forte terremoto de 8,1 graus na escala Richter seguido por uma tsunami no arquipélago situado a leste de Papua-Nova Guiné, enquanto equipes de resgate tentavam chegar a vilarejos remotos ao longo da costa, que não têm acesso rodoviário.

Uma crise humanitária ameaça milhares de desabrigados nas Ilhas Salomão, onde a ajuda chega em conta-gotas, em meio a violentos tremores secundários. Pelo menos 28 pessoas morreram como conseqüência do terremoto e da posterior onda gigante, que provocou no domingo (segunda-feira no horário local) um alerta de tsunami em todo o Pacífico Sul.

Nas ilhas de Gizo, Lefung e Taro, as localidades mais próximas do epicentro do sismo, uma tsunami, que em algumas áreas chegou a alcançar 10 metros de altura, destruiu todas as casas do litoral. Nesta terça-feira, um novo terremoto de 6,2 graus de magnitude na escala Richter sacudiu novamente as Ilhas.

As primeiras equipes de resgate já chegaram às províncias mais atingidas, a Ocidental e a de Choiseul. O primeiro-ministro, Manasseh Sogavare, disse que patrulhas aéreas relataram uma destruição "enorme e disseminada" por causa do tremor e da posterior tsunami.

Fotos aéreas mostram casas destruídas e telhados metálicos retorcidos no chão ao longo da área litorânea atingida, enquanto a população vaga aparentemente sem rumo em estradas tomadas por destroços e por barcos que ficaram encalhados depois de serem atirados à terra por ondas de até dez metros.

A prioridade das equipes, segundo Sogavare, é restaurar as comunicações com as áreas afetadas. As autoridades estimam haver 22 mortos e 5.409 desabrigados, mas o saldo de vítimas fatais pode subir. O primeiro-ministro pediu ajuda da Austrália e da Nova Zelândia, especialmente um hospital móvel.

A Austrália já ofereceu uma ajuda inicial de US$ 1,5 milhão para operações de emergência e reconstrução. A ONG australiana Caritas alertou para o risco de doenças entre as vítimas, pois há escassez de antibióticos. A principal movimentação dos médicos ocorre em um morro perto de Gizo, a cidade mais atingida.

Praias ao longo da costa leste da Austrália foram fechadas em meio aos temores de que se repetisse a tragédia de 26 de dezembro de 2004, quando tsunamis mataram mais de 200 mil pessoas em sete países do sul da Ásia .

- Muitas caixas d'água foram danificadas, e também temos um problema com o fornecimento de alimentos. As hortas foram inundadas, então há um problema com alimentos frescos - disse Liz Stone, porta-voz da Caritas, a uma rádio da Austrália.

Já foram registrados mais de 27 tremores secundários, o maior deles de magnitude 6,2. Cientistas alertam que pode haver mais tsunamis. O terremoto ocorreu às 10h20 (19h20 de Brasília), segundo o Escritório de Meteorologia de Queensland, que não emitiu um alerta de tsunami na Austrália nem informou sobre novas vítimas e danos materiais.

Por sua vez, o Serviço Geológico dos Estados Unidos indicou que o epicentro do tremor foi localizado a cerca de 305 quilômetros ao noroeste de Honiara, capital das Ilhas Salomão.

Autoridades da Ilha de Taro, no oeste, explicaram que após o terremoto o mar desapareceu como se a água tivesse sido dragada, para depois voltar em uma parede que chegava a aproximadamente três metros de altura, batendo com força contra o litoral, segundo a agência AAP. Atém o momento não existe o registro de mortes na Ilha de Taro, principalmente porque seus moradores foram deslocados para as áreas mais altas da região.

Um barco da polícia conseguiu chegar a Gizo levando comida e outros itens de emergência. Escolas e hospitais estão danificados na cidade, e dezenas de casas foram tragadas pelo mar. Pelo menos 13 aldeias podem estar devastadas. A área é muito frequentada por turistas internacionais e mergulhadores, pois é rica em corais. O governo neo-zelandês anunciou que um cidadão seu, morador da área, morreu.

Um comerciante da cidade disse que os operários tentam limpar as estradas e o aeroporto locais para permitir a chegada de vôos militares com barracas, remédios e comida.

- Basicamente são casas uma em cima da outra, telhados de ferro. Ainda está bem bagunçado - afirmou Danny Kennedy, que tem uma loja de mergulho. - Uma aldeia em Simbo foi completamente apagada. A vila inteira se foi, e não temos idéia de onde estão as pessoas.

Segundo Kennedy, os moradores estão traumatizados demais para vasculharem as casas a fim de descobrir vítimas soterradas.

Muitas casas da cidade, de 20 mil habitantes, eram de madeira e bambu, o que as tornava mais frágeis. A maioria da população das Ilhas Salomão vive da agricultura de subsistência - menos de um quarto da população recebe salários.

Salomão está localizada no chamado "Anel de Fogo" do Pacífico, onde atividades vulcânicas e terremotos são comuns. O país da Melanésia reúne grande número de ilhas: as maiores são vulcânicas, e grande parte das menores são atóis apenas cobertos de areia e palmeiras. A localidade atrai amantes do mergulho de várias partes do mundo.

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