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Manifestantes deitaram de mãos dadas no calçadão por cerca de meia hora | LUISA DE PAOLA/ AFP PHOTO
Manifestantes deitaram de mãos dadas no calçadão por cerca de meia hora| Foto: LUISA DE PAOLA/ AFP PHOTO

Washington – A imigração está ajudando a manter as grandes cidades dos EUA vivas e vibrantes, amenizando o êxodo dos habitantes locais que já vem ocorrendo há algum tempo, como mostram os dados do Instituto de Censo Americano.

Essa tendência é a mesma para cidades menores, com novas levas de moradores compensando a migração da população local, que se move do centro-oeste e nordeste para o sul dos EUA. "Nova Iorque vai certamente ter uma redução no número de habitantes, assim como Los Angeles, portanto os imigrantes estão ajudando a manter o equilíbrio populacional em várias dessas cidades maiores" disse Mark Mather, um demógrafo do Órgão de Referência Populacional.

"Em alguns lugares, como o ‘Cinturão da Ferrugem’ ao redor de Pittsburg, a perda substancial de população, faz com que os imigrantes tenham um papel vital. Eles estão conseguindo preencher os postos de trabalho mais necessários e auxiliando na geração de impostos, o que é vital para auxiliar a economia", diz Mather.

A área perdeu 60 mil habitantes entre 2000 e 2006, de acordo com os dados do censo, mas, sem a imigração, a perda seria muito pior. Este padrão de movimento: americanos "nativos" saindo de seus locais de origem sendo substituídos por imigrantes, vai acabar resultando numa mudança da "cara" das cidades por volta do meio deste século. A maioria da população vai ser parte de grupos de minoria étnica.

Nas cidades de crescimento mais rápido, como a área de Dalas Forth Worth, os imigrantes foram responsáveis por quase 80% do crescimento populacional nos últimos seis anos. Estas transformações já vem ocorrendo em Nova Iorque, Chicago, Los Angeles e em cidades menores como Ames, Iowa e Battle Creek no estado do Michigan. Elas também estão sendo o tema de debate público com mais apelo emocional nos EUA, vindo logo após da guerra do Iraque.

Nova Iorque e região absorveram um milhão de imigrantes de 2000 à 2006, de acordo com o censo. Se isso não houvesse ocorrido, a região encolheria com a perda de 600.000 pessoas, aproximadamente. A imigração também previniu uma perda de 200.000 habitantes em Los Angeles. A região ao redor de Boston recebeu 163.000 imigrantes, o que impediu o crescimento populacional negativo que a área vinha tendo.

Mais da metade dos novos imigrantes são da América Latina, sendo a maioria do México, apesar de haverem números substanciais de chegadas da China e da Índia. Um quarto dos imigrantes, aproximadamente, se dirigem à Nova Iorque e Los Angeles, mas os demógrafos dizem também ter notado que essa tendência está indo para além dos estados do sudoeste e no caso de cidades maiores, para o centro-oeste.

Nas cidades maiores há evidências de uma divisão de classe e etnia. A classe operária e com baixos níveis de instrução, em sua maioria da América Latina, se estabelecem em centros urbanos. Imigrantes altamente qualificados, vindos de países como a Índia e a China, normalmente se dirigem às regiões metropolitanas.

Para muitos americanos natos, o assunto da imigração está misturado com a frustração com as falhas do país em proteger suas fronteiras. Acredita-se que mais de um terço dos 36 milhões de imigrantes nos EUA estão em situação irregular no país.

Por um lado temos o mundo dos negócios que admite que a economia não viveria sem a boa-vontade que esses ilegais tem em pegar empregos com baixa remuneração. Por outro, esses trabalhadores sem documentos tem sido uma fonte de ressentimento e são acusados de estarem virando um fardo por sobrecarregarem os sistemas de saúde e as escolas.

Mês passado, a Casa Branca uniu esforços para achar um compromisso nacional: introduzir uma proposta para reformas que permitirão que milhares de pessoas fiquem no país como trabalhadores convidados depois de pagarem altas multas, com supressão da imigração ilegal pela fronteira do México.

Entretanto, advogados dos novos imigrantes alegam que, com base nos dados do último censo, esses "recém-chegados" são essenciais para manter as cidades americanas em boas condições.

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