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Cairo - Um fotógrafo do Wall Street Journal foi espancado e outro teve a roupa rasgada. Um repórter da rádio France Inter está internado após ser linchado. O âncora da tevê CNN Anderson Cooper foi golpeado na cabeça. Um jornalista belga passou horas preso acusado de ser espião.

Esses são alguns dos casos de agressões contra jornalistas es­­trangeiros, que se tornaram alvo direto dos simpatizantes do ditador Hosni Mubarak, hoje, no Cairo.

A Folha de S.Paulo teve seu quarto de hotel invadido no fim da tarde por três homens de terno e gravata. Eles bateram na porta e, embora cordiais e sorridentes, não esperaram o aval do repórter para entrar no apartamento em busca, segundo eles, de máquinas fotográficas e filmadoras.

Os homens, aparentemente um funcionário do hotel acompanhado de dois agentes do governo, foram direto até a va­­randa, que tem uma vista privilegiada sobre o centro do Cairo, principal palco da revolta antigoverno.

Sem armas aparentes, os invasores percorreram o apartamento durante cerca de um minuto e justificaram a busca dizendo, em inglês, que estava proibido fotografar e filmar a partir do hotel.

Enviados especiais dos jornais O Estado de S.Paulo e O Globo também tiveram apartamentos invadidos.

O hotel Hilton, onde a Folha de S.Paulo se hospeda, barrou o acesso dos egípcios que vinham trabalhando com os jornalistas estrangeiros. Foi decretada, ainda, a proibição de fazer entrevistas pessoais dentro do prédio e até mesmo na calçada em frente.

O cumprimento das regras é monitorado por policiais à paisana. Com isso, os jornalistas en­­frentam um dilema: ficar seguros dentro do hotel, mas sem acesso à informação, ou se expor ao risco do ambiente de guerra civil.

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