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| Foto: PEDRO ARMESTRE/AFP

Cerca de mil pessoas serão evacuadas devido a uma nuvem tóxica provocada por um incêndio em um gigantesco lixão ilegal de pneus a 50 quilômetros de Madri, o maior da Espanha, segundo a imprensa, anunciaram autoridades nesta sexta-feira (13).

O fogo “produziu uma nuvem tóxica que pode afetar uma parte da população da localidade de Seseña”, de 20 mil habitantes, advertiu o governo regional de Castilha-La Mancha (centro) em um comunicado.

Desde o início da manhã, as autoridades pediram aos vizinhos que fechem portas e janelas, e no meio da tarde ordenaram a evacuação de uma das urbanizações do povoado, El Quiñón, com base na “previsão de que a nuvem de fumaça chegará nesta noite” ao local, informou à AFP um porta-voz do serviço de emergências.

“Oitenta por cento dos moradores da urbanização já deixaram o local, agora vamos evacuar os outros 20%”, disse o porta-voz, acrescentando que, no total, “cerca de mil pessoas vão ser transferidas para centros esportivos” da região.

O lixão, denunciado pelos ecologistas, fica entre as localidades de Seseña, na província de Toledo, e Valdemoro, na região de Madri.

O alerta do incêndio chegou por volta da 1h20 local (20h20 de Brasília), disse um porta-voz dos serviços de urgência à AFP. “Não há pessoas afetadas” pelo incêndio, acrescentou.

No final da manhã, o fogo já tinha queimado três quartos dos milhares de pneus depositados no local, informaram os bombeiros de Madri no Twitter.

O presidente regional de Castilha-La Mancha, Emiliano García-Page, afirmou que o incêndio “pode durar vários dias”.

As autoridades mobilizaram os bombeiros de Madri e de Toledo, e enviaram três helicópteros. Aguarda-se também a chegada de dois hidroaviões.

Embora o fogo tenha ganhado força com o aumento das temperaturas, no início da tarde já estava “restrito a algumas zonas”, afirmou o responsável dos bombeiros de Madri, Luis Villarroel, em um vídeo publicado no Twitter.

“Tudo parece indicar que este desastre foi intencional”, declarou o prefeito de Seseña, Carlos Velázquez, à rádio Cadena Ser, indicando que as fortes chuvas dos últimos dias diminuíram a possibilidade de um incêndio acidental.

O lixão surgiu nos anos 1990 e desde então não parou de crescer. Em 2003 foi declarado ilegal, mas não foi encontrada nenhuma solução para descartar os pneus amontoados em uma região de quase 10 hectares, equivalente à superfície de 14 campos de futebol, com uma altura de três metros.

“Os moradores estão indignados”, declarou por telefone à AFP Vicente García, porta-voz da ONG Ecologistas em Ação no município de Valdemoro. Segundo ele, a nuvem tóxica se deslocava para o sul, em direção contrária a Madri.

O governo continua “muito atento à evolução da meteorologia e como esta pode afetar a infraestrutura”, disse a vice-presidente da Espanha, Soraya Sáenz de Santamaría.

O lixão se encontra próximo a uma das estradas mais movimentadas do país, que liga a capital com a região de Andaluzia, no sul do país.

Os pneus são difíceis de destruir e sua degradação natural pode durar séculos, segundo Ecologistas em Ação. Os incêndios de pneus também são complicados de controlar e pode-se demorar meses ou até mesmo anos para apagá-los, informou a ONG.

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