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Manifestante leva a pior em conflito com policiais nas eleições hondurenhas; segurança teve apoio de todo o exército do país | Elmer Martinez/AFP
Manifestante leva a pior em conflito com policiais nas eleições hondurenhas; segurança teve apoio de todo o exército do país| Foto: Elmer Martinez/AFP

Pesquisas

Pepe e Santos disputam a preferência

Agência Estado

Os dois principais candidatos são de partidos conservadores que há anos vêm revezando o poder em Honduras e que têm fortes laços com os militares do país.

Porfirio "Pepe" Lobo, de 61 anos, desponta como favorito nas pesquisas. Do Partido Nacional, Pepe perdeu por uma pequena margem para Zelaya nas eleições de 2005.

Em segundo aparece o engenheiro civil Elvin Santos, de 46 anos. Candidato do Partido Liberal, o mesmo de Zelaya, Santos foi vice do presidente deposto. Ao votar ontem, Santos disse que as eleições são uma lição para o mundo de como um país pode viver em democracia, segundo o site do jornal hondurenho La Tribuna.

Repressão

A polícia hondurenha reprimiu ontem, com bombas de gás lacrimogêneo, uma manifestação de seguidores do presidente deposto Manuel Zelaya, em San Pedro Sula, no norte do país. A informação foi dada pelo diário argentino Clarín.

O grupo Resistência Contra o Golpe, formado por movimentos sociais e estudantis, fazia uma demonstração pacífica contra a eleição de ontem quando foi dispersado pela polícia.

Boa parte da comunidade internacional, incluindo o Brasil, advertiu que não reconhecerá o resultado das eleições.

Sob a desconfiança de parte da comunidade internacional em meio a chamados ao boicote do presidente deposto, Manuel Zelaya, centenas de milhares de hondurenhos compareceram ontem às urnas para escolher os novos presidente, deputados e prefeitos do país.

Com exceção de confrontos em San Pedro Sula, a segunda maior cidade de Honduras, a jornada de votação, sob forte presença policial e militar, transcorreu sem incidentes graves.

A reportagem visitou, durante a manhã de ontem, cinco centros de votação em três regiões de Tegucigalpa, com bastante variação no comparecimento.

As urnas mais vazias eram as instaladas no bairro de classe média baixa Hato de Enmedio, reduto de Zelaya. Nos primeiros minutos da votação, iniciada às 7h, não havia fila em nenhuma das mesas. Em todos os centros de votação visitados, os dois partidos principais, Nacional (direita) e Liberal (centro-direita) instalaram barraquinhas forradas de propaganda eleitoral com computador para que os eleitores pudessem checar o seu centro de votação, prática permitida em Honduras.

Por outro lado, não havia militantes pró-Zelaya pregando a abstenção em Tegucigalpa – os líderes da "resistência" convocaram um "toque de recolher popular", exortando seus seguidores a ficarem em casa.

"Votei pelo costume", disse a secretária Ondina Tinoco, de 47 anos, eleitora do candidato do Partido Liberal (centro-direita), Elvin Santos, segundo colocado nas pesquisas de opinião. "Mas a maioria aqui não vai votar porque apoia Mel Zelaya.’’

A poucos metros da escola Uruguai, a comerciante Sandra Vásquez, de 37 anos, disse que seu minimercado vendeu 60% mais no sábado, em meio a temores de violência que finalmente não se concretizaram (ontem).

Já na escola Simon Bolivar, o maior centro de votação de Tegucigalpa (13.335 eleitores), havia mesas de votação com filas e bastante movimento.

Numa das mesas, 50 dos 381 eleitores inscritos haviam votado até às 10h, segundo a responsável, Aurora Rubio, de 28 anos. Ela disse que o comparecimento estava parecido com o de 2005, quando Zelaya se elegeu.

Líder nas pesquisas, o candidato conservador Porfirio Lobo, de 61 anos, do PN, votou na cidade de Juticalpa, no departamento rural de Olancho. "Esta eleição é um passo para um governo de unidade nacional."

Em El Progreso, norte do país, o presidente interino, Roberto Micheletti, disse, após votar, que "apenas queremos viver em paz e em democracia, o mundo deve reconhecê-lo". A eleição divide a comunidade internacional. Um número crescente de países, entre os quais EUA e a Costa Rica, protagonistas nas negociações entre Zelaya e Micheletti, defendem o reconhecimento do resultado se o pleito for limpo e com ampla participação.

Brasil, Espanha e outros países com governos de esquerda não reconhecerão o resultado devido à não restituição de Zelaya, expulso do país por militares em 28 de junho.

A Organização dos Estados Americanos marcou para a próxima sexta-feira uma reunião em que será debatida a crise de Honduras.

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