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A polícia da Índia indiciou o homem que afirma ser o único sobrevivente entre os atiradores responsáveis pelos ataques a Mumbai no ano passado, por acusação de "travar guerra" contra a Índia. Dois soldados paquistaneses também estão entre os 37 outros indiciados pelos atentados, disseram autoridades governamentais nesta quarta-feira (25).

Ao apresentar as primeiras acusações formais feitas no caso, o promotor público especial Ujjwal Nikam disse a jornalistas que há indianos e paquistaneses entre os acusados de planejar e auxiliar nos ataques de novembro passado, que mataram 179 pessoas.

Os ataques ao centro financeiro da Índia acirraram as tensões entre Índia e Paquistão, países rivais e ambos dotados de armas nucleares.

Rakesh Maria, o investigador chefe da Índia no caso, disse que entre os acusados estão dois oficiais do Exército paquistanês acusados de treinar os homens que realizaram os ataques. Mas ele não informou os nomes e escalões dos oficiais.

Os acusados pelo planejamento dos ataques incluem Hafiz Mohammad Saeed, fundador do grupo militante islâmico Lashkar-e-Taiba, que, segundo a Índia, esteve por trás dos ataques, e outros importantes membros do grupo, Zaki-ur-Rehman Lakhvi e Zahar Shah.

Mohammed Ajmal Kasab, identificado como o único atirador sobrevivente, não compareceu ao tribunal devido a preocupações de segurança. A próxima audiência do caso será em 9 de março.

Se forem condenados, Kasab e os acusados de travar guerra contra a Índia podem ser condenados à morte.

Até agora nenhum dos acusados se declarou culpado ou inocente.

"Há 35 indiciados procurados pela polícia e três que se encontram presos", disse Nikam, mostrando uma cópia do processo volumoso com fotos dos ataques em suas capas.

O promotor disse que espera que o julgamento seja concluído em entre três e seis meses.

"Considerando a magnitude e gravidade do crime, o tribunal nos autorizou a realizar mais investigações. Depois disso, vamos apresentar uma folha adicional de acusados."

Nikam disse que os acusados incluem dois indianos presos - Fahim Ansari e Sabauddin - que são membros do Lashkar, acusados de examinar pontos em Mumbai antes dos ataques.

O processo acusatório tem cerca de 11 mil páginas e contém os relatos de mais de 2.200 testemunhas, além de outras provas fornecidas pelo FBI (o Burô Federal de Investigações dos EUA), que auxiliou a polícia indiana nas investigações.

O documento também inclui os nomes dos nove atiradores mortos por forças de segurança indianas durante o longo cerco a vários lugares importantes de Mumbai.

A polícia disse que as provas incluem transcrições de telefonemas entre os atacantes e seus "orientadores" no Paquistão, imagens de vídeo dos locais atacados e o que a polícia afirma ser a confissão de Kasab.

A gravidade das acusações significa que praticamente não há chances de Kasab ser entregue ao Paquistão para ser julgado nesse país.

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