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Milhões de indianos festejam nesta quarta-feira o aniversário de 60 anos de independência do Império Britânico, uma data marcada pelo otimismo econômico e pelas celebrações em diferentes pontos do país. Os jornais indianos saúdam a data com manchetes como "A nova superpotência global", "Voando alto" e "60 e mais sexy". Nos infográficos, o Taj Mahal divide o espaço com naves espaciais e bebês cibernéticos.

O otimismo se baseia num crescimento econômico sustentado que ronda hoje os 9%. A prosperidade começou em 1991, quando o então ministro das Finanças, o hoje primeiro-ministro Manmohan Singh, desmantelou o intervencionista sistema de concessões empresariais e liberalizou a economia.

Singh, no entanto, celebrou a data nesta quarta-feira pedindo mais empenho no combate à miséria, à ignorância e às doenças.

- A Índia não pode se tornar uma nação com ilhas de alto crescimento e vastas áreas intocadas pelo desenvolvimento, onde os benefícios do crescimento florescem apenas para poucos", disse ele, detrás de um vidro blindado, no histórico Forte Vermelho, em Nova Délhi.

O premier questionou a platéia de autoridades e diplomatas, além de crianças vestidas de branco, laranja e verde, as cores da bandeira nacional:

- Avançamos em muitas batalhas contra a pobreza, a ignorância e a doença. Mas podemos dizer que ganhamos a guerra?

Singh comandou as celebrações da independência em Nova Délhi. Ele presidiu a cerimônia de hasteamento da bandeira no Forte Vermelho, entre salvas militares e balões com a bandeira tricolor.

- Nestes três anos, esbocei uma nova visão, de uma Índia solidária, unida apesar de suas diversidades, sem divisões de casta, credo ou sexo - discursou Singh.

Ele afirmou ainda que acabar com a pobreza, que afeta 260 milhões de pessoas, é agora um objetivo possível. A Índia tem uma das economias que mais crescem no mundo, mas é também um dos países mais desiguais do planeta, com centenas de milhões de miseráveis sobrevivendo com menos de um dólar por dia.

- O problema da desnutrição é uma vergonha nacional - afirmou o premier. - Apelo à nação para resolver e se empenhar na erradicação da desnutrição dentro de cinco anos.

Singh prometeu investimentos de US$ 6,2 bilhões na agricultura, que emprega mais de metade da população, e defendeu uma "revolução na educação moderna", num país em que há um terço de analfabetos.

Manifestações em todo o país

Em Nova Délhi, a população preferiu passar o feriado em família. As amplas ruas da parte nova amanheceram quase desertas, mas com forte segurança policial.

Nos bairros residenciais do segundo país mais povoado do planeta, milhões de crianças se preparam para, como é tradição no aniversário da independência, empinar as suas pipas.

Em Assam, Estado produtor de chá e petróleo no remoto nordeste indiano, supostos rebeldes separatistas lançaram uma granada contra um quartel da polícia, ferindo dois policiais e três civis, minutos antes do início das celebrações.

No vale da Caxemira, onde há 17 anos a Índia enfrenta uma rebelião separatista islâmica, as lojas fecharam e as ruas ficaram desertas por causa da convocação de uma greve geral por parte de um grupo muçulmano que vê na data "um dia negro".

A Caxemira é motivo de constante atrito da Índia com o vizinho Paquistão, que também reivindica a região e na terça-feira comemorou os 60 anos da sua independência.

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