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A juíza Sotomayor no segundo dia de sabatina no Senado, em Washington: questionamento sobre temas que vão do aborto à lei antitruste | Mark Wilson/AFP
A juíza Sotomayor no segundo dia de sabatina no Senado, em Washington: questionamento sobre temas que vão do aborto à lei antitruste| Foto: Mark Wilson/AFP

Washington - A juíza Sonia Sotomayor, indicada para a Suprema Corte dos Estados Unidos pelo presidente Barack Obama, respondeu ontem, durante a sabatina do Senado para confirmação do cargo, questionamentos sobre comentários supostamente racistas feitos por ela em 2001.

A razão da polêmica foi um discurso feito por Sotomayor em 2001 no qual ela disse que uma mulher latina com "a riqueza de sua experiência" poderia mais frequentemente chegar a uma "melhor conclusão do que um homem branco que não teve a mesma vida".

Os republicanos se apoiam nas declarações para tentar barrar a sua indicação, mostrando que Sotomayor não é capaz de se distanciar de suas crenças pessoais e políticas para decidir casos se baseando unicamente em aspectos legais. Eles também dizem temer que ela leve uma agenda liberal para a Suprema Corte.

Ontem, quando os senadores lhe deram a oportunidade de se explicar durante uma cansativa e longa audiência, Sotomayor respondeu que o comentário foi construído equivocadamente e que ela estava apenas tentando inspirar mulheres e jovens hispânicas a se envolver com a Justiça.

"Eu não acredito que nenhum grupo étnico, racial ou de gênero tem uma vantagem durante o julgamento", afirmou a juíza. Ela também acrescentou que acredita que cada indivíduo tem uma oportunidade igual de ser bom e ser julgado "independentemente do seu passado ou experiência de vida".

Sotomayor manteve a compostura durante a audiência, ouvindo com atenção e fazendo anotações enquanto os senadores a interrogavam. Ela então respondia ao microfone, gesticulando para enfatizar suas respostas.

"Meus registros mostram que em nenhum ponto ou momento eu permiti que minhas visões pessoais ou simpatias influenciassem o resultado de um caso", declarou ela durante um tenso diálogo com o senador Jeff Sessions, o principal republicano do comitê que conduz as audiências de confirmação desta semana. Ele questionou repetidamente a habilidade de Sotomayor de ser objetiva como juíza da Suprema Corte.

No segundo dos quatro dias de audiência na Comissão de Justiça do Senado, Sotomayor também rebateu as críticas de que suas decisões seriam parciais e de que ela favoreceria as minorias. "Meu passado mostra que em nenhum momento ou época eu permiti que minhas opiniões pessoais ou simpatias influenciassem os resultados do meu julgamento", concluiu.

O Comitê Judicial do Senado questionou seus pontos de vista sobre vários temas, indo das questões raciais e aborto a até lei antitruste.

Confirmação

Apesar da controvérsia, a juíza deve ser confirmada, já que os democratas contam com os 60 votos necessários para convertê-la na primeira hispânica e na terceira mulher a chegar à Suprema Corte.

O senador democrata Patrick Leahy, presidente do Comitê Judiciário, disse que, como previsto, ela deve receber pelo menos algum apoio republicano.

Além disso, os democratas acreditam que os ataques dos republicanos serão suavizados ante a perspectiva de que podem incidir sobre o eleitorado hispânico, minoria que cresce nos Estados Unidos.

As audiências sobre Sotomayor vão durar ao menos quatro dias, durante os quais comparecerão várias testemunhas, como o ex-diretor do FBI, Louis Freeh, que a apoia, e Linda Chavez, uma militante conservadora que se opõe a Sotomayor.

Os democratas consideram histórica a decisão de Obama indicar Sotomayor e enfatizam a sua longa carreira como promotora pública e desembargadora.

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