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Tom Daschle durante confirmação deu seu nome para a pasta da Saúde no Congresso: ex-líder democrata pagou 140 mil dólares em impostos vencidos | Larry Downing / Reuters
Tom Daschle durante confirmação deu seu nome para a pasta da Saúde no Congresso: ex-líder democrata pagou 140 mil dólares em impostos vencidos| Foto: Larry Downing / Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enfrentou nesta terça-feira (3) a constrangedora desistência de seu indicado para a pasta da Saúde, distraindo-o dos seus esforços para que o Congresso aprove o seu pacote de estímulo econômico.

Tom Daschle, ex-líder democrata no Senado, dava assessoria a Obama na questão da saúde pública e havia sido encarregado de comandar a reforma do setor. Ele afirmou, porém, que não gostaria de se tornar uma "distração" para o governo, depois de ter sido obrigado a pagar 140 mil dólares em impostos vencidos.

"Aceito a decisão dele com tristeza e pesar", disse Obama em nota.

Horas antes, a indicada de Obama para o cargo de "oficial-chefe de desempenho", que supervisiona o orçamento e os gastos públicos, também retirou seu nome devido a questões tributárias.

Nancy Killefer disse que, se insistisse em aceitar o cargo, o assunto "poderia ser usado para criar exatamente o tipo de distração e atraso" que o governo deve evitar.

Tais problemas deixam Obama na defensiva, apenas duas semanas depois da posse. Na segunda-feira, Obama havia manifestado apoio "absoluto" a Daschle. A Casa Branca não se manifestou sobre a desistência de Killefer.

Há algumas semanas, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, foi criticado pelos republicanos por ter atrasado o pagamento de 34 mil dólares em impostos que deveria pagar como autônomo. Mesmo assim, foi confirmado para o cargo.

Na terça-feira, Obama pretendia reforçar o caráter bipartidário do seu governo ao nomear um terceiro republicano para o gabinete, para a pasta do Comércio. Também deveria conceder entrevistas televisivas para promover sua agenda econômica.

Obama quer que o Congresso aprove um pacote de estímulo econômico de 900 bilhões de dólares.

Embora tivesse recebido o apoio de colegas de Senado na segunda-feira, o que deveria garantir sua confirmação, o caso de Daschle repercutiu negativamente nos jornais na terça-feira. Ele também enfrentava questionamentos quanto aos seus rendimentos desde que deixou o Senado.

"Daschle é mais um em uma longa linhagem de políticos que se deslocam confortavelmente entre o governo e a iniciativa privada", disse editorial do The New York Times. "O sr. Daschle deveria limpar a atmosfera retirando seu nome."

O Philadelphia Inquirer disse que Obama é capaz de encontrar ministros qualificados "que não estejam correndo para assinar cheques atrasados para o IRS (Receita Federal)". "O erro de Daschle é sério demais para ignorar; deveria desqualificá-lo para servir no gabinete", acrescentou o texto.

Os vários problemas fiscais dos indicados de Obama dispersam a atenção que deveria estar voltada para a rápida aprovação do pacote de estímulo, que já passou na Câmara e na terça-feira continua tramitando no Senado.

Os republicanos, embora minoritários, apresentam cada vez maior resistência ao projeto, por considerar que ele dá muita ênfase em gastos públicos e pouca na redução de impostos.

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