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Índios guaranis do Brasil, Argentina e Paraguai se unirão a uma nova passeata de protesto planejada por índios bolivianos em defesa do parque natural Tipnis, depois que o presidente Evo Morales aprovou uma lei que busca retomar as obras de uma estrada nessa reserva, informou nesta sexta-feira (2) um dirigente do setor.

O apoio à manifestação - a segunda contrária à construção da estrada financiada pelo Brasil, após a passeata de 2011 que percorreu centenas de quilômetros da Amazônia até La Paz - foi decidida em uma recente reunião do Conselho Continental da Nação Guarani em Assunção, disse à Agência Efe o presidente dessa organização, o boliviano Celso Padilla.

Ele disse que os guaranis do Brasil, Argentina e Paraguai já estão a par da manifestação e comprometidos a participar.

Indígenas da Amazônia boliviana e do sul do país definirão na próxima semana, na localidade amazônica de Trinidad, a data da nova passeata e novos protestos em defesa da lei que protege o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), norma promulgada pelo presidente Evo Morales, mas que agora busca derrogá-la.

Os resultados de Trinidad serão apresentados por Padilla ao Conselho Continental da Nação Guarani, que se reunirá novamente no fim deste mês na capital paraguaia para coordenar a participação de indígenas dos três países no protesto.

Em fevereiro, Morales promulgou uma lei de "consulta prévia" no Tipnis sobre a construção da estrada, embora a obra já tivesse sido contratada há anos com a parceria brasileira da empresa OAS e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). EFE

Os nativos do Tipnis rejeitam a consulta porque consideram que ela deveria ter ocorrido antes dos contratos e do início das obras. Também acusam o governo de querer incluir na consulta colonos e produtores de folha de coca que invadiram a reserva ecológica com a expansão de seus negócios rurais.

Traçado

Os indígenas do Tipnis esclarecem que não se opõem à rodovia, mas repudiam o traçado dela, que corta a reserva pelo meio, o que, em sua opinião, poderia favorecer ainda mais a produção de folha de coca na região. É preciso lembrar que Evo Morales lidera vários sindicatos de cocaleiros na Bolívia.

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