• Carregando...

Genebra – O número de novos casos de aids na América Latina caiu ligeiramente no último ano, segundo a ONU, que acredita que esses números podem ser reduzidos ainda mais, com a diminuição da homofobia e o aumento de programas específicos para os homossexuais.

"As relações sexuais entre homens e o comércio sexual parecem ser os principais fatores de risco de infecção pelo HIV na América Latina", disse ontem em Genebra o diretor-geral do Programa das Nações Unidas sobre HIV e

Aids (Onuaids), Peter Poit.

O relatório da Onuaids aponta que 140 mil pessoas contraíram o vírus em 2006, contra 200 mil em 2005, ao tempo que as mortes em decorrência da doença caíram de 66 mil para 65 mil.

Dois terços do 1,7 milhão de pessoas que vivem com o vírus na região (frente os 1,8 milhão de um ano atrás) pertencem aos quatro maiores países da América Latina (Argentina, Brasil, Colômbia e México). Apesar da relativa melhora dos números, Poit alertou que "estão sendo detectados novos surtos do vírus entre consumidores de drogas intravenosas, e entre homens que têm relações sexuais com outros homens".

O relatório atribui a expansão do vírus na região a fatores comuns para a maioria dos países latino-americanos, dentre os quais a pobreza e as migrações generalizadas, mas também à falta de informação sobre contágio fora das grandes cidades, e ao aumento da homofobia.

No Brasil, onde vivem cerca de 620 mil pessoas portadoras do vírus – um terço do total da região –, as relações sexuais sem proteção entre homens são responsáveis por quase metade das infecções transmitidas sexualmente. Na Argentina, com 130 mil pessoas infectadas, calcula-se que entre 7% e 15% dos homens que mantêm relações sexuais com outros homens são portadores, assim como 44% dos consumidores de drogas intravenosas. No México, com 180 mil soropositivos, 57% das infecções ocorreram entre homens que mantêm relações sexuais com outros homens. Aproximadamente 9.600 pessoas vivem com o vírus no Uruguai, onde as relações sexuais sem proteção, embora em sua maioria heterossexuais, também constituem a principal via de transmissão. No entanto, na capital, Montevidéu, cerca de 22% dos homens que mantinham relações homossexuais contraíram o vírus.A epidemia no Paraguai é de escala similar, com 13 mil portadores, devido, principalmente, à utilização de agulhas não esterilizadas e às relações sem proteção entre homens. No Chile, o número de infectados ronda os 28 mil, com um aumento no número de mulheres, que costumam contrair o vírus de parceiros homens, que foram infectados durante relações sexuais sem proteção com outros homens.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]