A Argentina recebeu nova negativa em sua pretensão de negociar a soberania das Ilhas Malvinas (ou Falkland, como o arquipélago localizado no Atlântico Sul é chamado pelos britânicos). Em resposta ao pedido da presidente Cristina Kirchner ao primeiro-ministro David Cameron, o governo britânico disse hoje que "a soberania das Ilhas Malvinas é inegociável, salvo que os cidadãos do arquipélago o desejem". A reivindicação de Cristina foi feita hoje durante a abertura da segunda sessão da Cúpula da União Europeia-Mercosul, em Madri.
"Queria pedir, em nome do meu país e cumprimentando o novo primeiro-ministro, por favor, retomemos nossas negociações em relação à soberania das Ilhas Malvinas", disse Cristina.
Contudo, a resposta não demorou a chegar e repetiu a postura do governo britânico de não abrir mão das ilhas em disputa. "Não temos nenhuma dúvida sobre a soberania das Ilhas Malvinas. Se aplica o princípio de autodeterminação definido pela Carta das Nações Unidas", afirmou o secretário de Estado do Reino Unido, Jeremy Browne.
"O Tratado de Lisboa claramente reafirma a posição da UE de que as Ilhas Malvinas são um território britânico de ultramar", completou Browne. "Embora estejamos em desacordo com Argentina sobre as Ilhas Malvinas, temos uma relação estreita e produtiva em uma variedade de temas, incluindo assuntos econômicos dentro do G-20 e a mudança climática", concluiu. Cristina também enviou uma carta ao novo governo de coalizão da Inglaterra após sua vitória eleitoral pedindo a retomada das negociações.
No início desse ano, petrolíferas inglesas iniciaram operações de exploração de petróleo nas águas das ilhas, reavivando a disputa territorial. A Argentina considera que as operações são ilegais, já que existe uma disputa sobre o arquipélago ocupado pelos ingleses desde 1833. A soberania pelas Malvinas é uma histórica reivindicação da Argentina, que foi à guerra contra a Inglaterra, em 1982, na qual sofreu uma dura derrota. O conflito armado matou 649 argentinos e 255 britânicos.
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