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Família real espanhola com o rei Juan Carlos (no centro) | Dani Cardona/Reuters
Família real espanhola com o rei Juan Carlos (no centro)| Foto: Dani Cardona/Reuters

O jornalista britânico An­­drew Morton estremeceu a monarquia britânica em 1992 ao publicar a biografia de Lady Di, na qual contava, entre outras revelações, que a princesa de Gales tentou se suicidar cinco vezes.

Milionário graças aos mais de 7 milhões de exemplares vendidos no mundo inteiro, e longe da redação do Daily Mail, tabloide para o qual trabalhava, Morton continuou escrevendo sobre a vida íntima de celebridades, como Tom Cruise e Madonna.

Agora, a bola da vez é a família real espanhola. Com Ladies of Spain – Sofía, Elena, Cristina e Letizia: Entre o Dever e o Amor", Morton põe seu grão de areia no inferno astral dos Borbón.

"A família real britânica também teve seu annus horribilis, e hoje a rainha da Inglaterra é mais popular do que nunca. Isso poderia dar algo de esperança ao rei Juan Carlos. No entanto, não se vislumbra o fim deste annus horribilis para o monarca espanhol", diz Morton.

Com o genro indiciado por desvio de dinheiro público, Juan Carlos I teve sua popularidade afetada também por um polêmico safári em Botsuana que ainda rende dissabores: sua amiga Corinna zu Sayn-Wittgenstein, que o acompanhava na caça de elefantes, vem sendo capa da imprensa espanhola, e não escapa da língua ferina de Morton.

Em seu livro, o escritor conta que ao vir à tona a viagem do rei com Corinna – que teria, inclusive, morado no Palácio Real de El Pardo – o monarca "ficou em evidência como um velho libertino".

"Um homem muito libidinoso" é outra expressão usada pelo jornalista inglês para reproduzir a impressão que a princesa Diana teria levado do rei depois de ter se hospedado no Palácio de Marivent, em Mallorca, em 1986 e em 1988. A história tem como base uma percepção da princesa de que o rei teria tentado seduzi-la. Lady Di descreveu o rei como "incrivelmente encantador, porém atencioso demais e muito grudento". Embora Morton afirme que soube do fato, em 1991, diretamente da boca da princesa, ele admite que outros autores já tinham contado essa história.

Morton diz que entrevistou, para Ladies of Spain, cerca de 30 ou 40 pessoas, entre familiares da princesa Letizia, empregados da Casa Real e jornalistas espanhóis, mas nem por isso deixa de fazer uma compilação de fofocas espalhadas por diferentes publicações. Um dos rumores que ecoa é o de que o rei teria tido 1,5 mil amantes, mesmo sem esclarecer como chegou a esse cálculo.

Morton defende a importância dos rumores

"A fronteira entre rumores e fatos é muito frágil. Se eu não tivesse colocado os rumores no livro, teriam me cobrado. Os rumores nos permitem analisar a percepção que existe na Espanha sobre o rei. Parece ser merecida a fama que Juan Carlos I tem de dom Juan", defende-se.

Morton diz em seu livro que, por causa destas aventuras amorosas, o rei e a rainha estão separados desde 1976, mantendo uma vida de aparências. Sofía teria pego o monarca em flagrante com a atriz Sara Montiel e, desde então, os dois moram em andares diferentes dentro do palácio.

"A vida de qualquer rei sempre está rodeada de rumores. O xis da questão não é saber quem são suas amantes e sim que a relação da rainha e do rei foi cortada há anos. A princesa Diana me contou que na época em que se hospedou no palácio de Marivent, Juan Carlos I e Sofía já tinham vidas separadas", diz.

Espalhar rumores não é algo que preocupe este escritor britânico, que afirma, orgulhoso, nunca ter sido processado judicialmente por nenhum dos 20 livros que publicou, embora admita que tenha ganhado inimigos.

Agência O Globo

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