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Presidente dos EUA e candidato à reeleição, Donald Trump| Foto: MANDEL NGAN/AFP

Em 2016, todas as pesquisas da corrida presidencial em Michigan, exceto uma, mostraram Hillary Clinton à frente de Donald Trump. Enquanto outras pesquisas conduzidas em novembro de 2016 mostraram Clinton à frente por cerca de cinco pontos percentuais, o Grupo Trafalgar mostrou Trump liderando por dois pontos. No dia da eleição, Trump venceu em Michigan por 0,3 ponto, tornando-se o primeiro candidato presidencial republicano a vencer no estado desde 1988.

Uma história semelhante aconteceu na Pensilvânia em 2016: pesquisas públicas não partidárias mostraram Clinton à frente de Trump por dois a seis pontos na corrida para a eleição. Trafalgar mostrou Trump à frente por um ponto (a única pesquisa mostrando Trump à frente), e ele ganhou na Pensilvânia por 0,7 ponto no dia da eleição.

Em 2020, a Trafalgar está novamente em descompasso com os demais institutos. Em agosto, o grupo divulgou pesquisas mostrando Trump a meio ponto percentual de Biden em Minnesota e à frente por cerca de um ponto em Wisconsin e Michigan. Quando a pesquisa de Michigan foi divulgada no fim de semana, o presidente da Trafalgar, Robert Cahaly, se gabou no Twitter: "Duvide do que nós dizemos sobre as eleições em Michigan por sua própria conta e risco. A história não está do seu lado".

Cahaly ganhou um retuíte do próprio presidente, mas o pesquisador republicano insiste que não está tentando obter favores de Trump ou do Comitê Nacional Republicano. “Se não estivermos certos, nosso negócio acaba”, disse Cahaly à National Review.

Cahaly acha que Trafalgar acertou quando outros estavam errados porque as pesquisas dele "não pegam pessoas que estão muito interessadas em política". "Identificamos melhor os eleitores ocultos", disse.

"Quando falamos sobre eleitores ocultos, o que estamos falando sobre o viés da desejabilidade social, e isso ocorre quando as pessoas basicamente dizem a um entrevistador o que acham que fará com que sejam julgados com menos severidade", diz Cahaly. "Algumas disputas têm disso, outras não". Cahaly cita a corrida para governador da Flórida em 2018 como exemplo. Os democratas rotularam o republicano Ron DeSantis de racista, e todos os institutos de pesquisa, exceto a Trafalgar, mostraram vantagem do democrata Andrew Gillum nos dias anteriores à eleição. DeSantis venceu a eleição por 0,4 ponto percentual.

"Em 2020, a questão presidencial tem viés de desejabilidade social", diz Cahaly. Ele tenta capturar as opiniões dos "eleitores ocultos" de várias maneiras. "Começo com um arquivo de eleitor que contém tudo, desde ocupação, renda, nível de educação, histórico de votação e religião provável", diz Cahaly. "Oferecemos às pessoas várias maneiras de participar de nossas pesquisas", acrescenta. "Fazemos ligações, chamadas automatizadas, enviamos textos, e-mails, fazemos em outras plataformas digitais". Cahaly tenta obter uma amostra de pelo menos 1.000 entrevistados em qualquer pesquisa estadual: "Amostras grandes são amostras melhores".

Ele acha que muitos pesquisadores de meios de comunicação simplesmente fazem perguntas demais – se um pesquisador está fazendo 30 perguntas, "você acaba entrevistando pessoas que realmente se importam muito com política", diz Cahaly. As pesquisas de Trafalgar pedem "não mais que nove [perguntas] e [levam] menos de três minutos para serem concluídas". Ele não nomeou nenhum cliente específico de 2020, mas diz que a empresa não é paga para pesquisar a primeira pergunta de suas pesquisas - sobre a corrida presidencial - e vários tipos de empresas privadas e clientes políticos contratam sua empresa para fazer da pergunta 2 à pergunta 9.

A Trafalgar não é um disco quebrado que está sendo recompensado por sempre apontar para as vitórias do Partido Republicano. Por exemplo, mostrou a senadora democrata Debbie Stabenow liderando por nove pontos em sua pesquisa final em Michigan em 2018; Stabenow derrotou o republicano John James por seis pontos. Trafalgar mostrou o democrata de Montana Jon Tester liderando por um ponto em 2018; ele ganhou por três. De acordo com uma análise do site especializado FiveThirtyEight, de 48 pesquisas de Trafalgar, o pesquisador tem um viés médio de 0,9 ponto a favor dos republicanos.

Trafalgar é apenas um instituto, é claro, e a previsão FiveThirtyEight agora prevê que Biden tem duas chances em três de vencer em novembro. Mas, dado o sucesso recente do Grupo Trafalgar, vale a pena prestar atenção às suas descobertas. No momento, Cahaly acha que Trump é quem tem duas chances em três de vencer em novembro. "Com base no que estou vendo, devo dizer que daria a [Trump] 68% de chance de ser reeleito", disse Cahaly. "Eu teria dito a você 60% duas semanas atrás".

*John McCormack é correspondente do National Review em Washington e membro do National Review Institute.

© 2020 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

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