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Presidente russo, Vladimir Putin, durante conferência na qual falou sobre a ofensiva na Síria | POOL/REUTERS
Presidente russo, Vladimir Putin, durante conferência na qual falou sobre a ofensiva na Síria| Foto: POOL/REUTERS

Jatos russos lançaram um segundo dia de ataques aéreos na Síria nesta quinta-feira (1º), bombardeando as áreas controladas por uma aliança de insurgentes que inclui um grupo ligado à Al Qaeda, mas não os militantes do Estado Islâmico, os quais a Rússia disse ter atingido.

A Rússia disse que havia lançado oito ataques aéreos com aviões de guerra Sukhoi durante a noite, acertando quatro alvos do Estado Islâmico. No entanto, as áreas onde afirmou ter agido não estão sob controle do Estado Islâmico.

Ataques atingiram insurgentes treinados pela CIA

Dois ataques aéreos russos na Síria nesta quinta-feira (1º) atingiram um campo de treinamento operado por um grupo rebelde que recebeu treinamentos militares da CIA no Catar e Arábia Saudita, disse o comandante dos insurgentes.

Hassan Haj Ali, líder do grupo rebelde Liwa Suqour Al-Jabal, disse à Reuters que o acampamento na província de Idlib foi atingido por cerca de 20 mísseis em dois ataques separados.

Ali, um capitão do Exército sírio que desertou após o levante contra o presidente Bashar Al-Assad, disse que alguns de seus guardas no local ficaram levemente feridos no ataque.

“A Rússia está desafiando todos”, disse Haj Ali. Ele disse que jatos russos foram identificados por membros do seu grupo que participaram como pilotos da Força Aérea Síria.

A CIA executou um programa de treinamento ostensivo para grupos rebeldes sírios considerados moderados pelos Estados do Ocidente que apoiaram o levante contra Assad.

Ali disse que seus combatentes participaram de diversos treinamentos no Catar e Arábia Saudita. Ele disse que pelo menos um terço do grupo “Exército Sírio Livre” foi relatado como alvo nos ataques aéreos, que a Rússia diz estar atacando o Estado Islâmico.

O canal de televisão Al-Mayadeen, pró-governo sírio, disse que jatos realizaram pelo menos 30 ataques contra uma aliança insurgente conhecida como Exército da Conquista. A aliança inclui a Frente Nusra, ramo sírio da Al Qaeda, mas não o Estado Islâmico, que declarou um califado em porções de território da Síria e do Iraque.

O Exército da Conquista tem avançando contra as forças do governo no noroeste da Síria nos últimos meses, e tem o apoio de países regionais que se opõem tanto o presidente Bashar al-Assad como ao Estado Islâmico.

Coalizão

A decisão da Rússia de se juntar à guerra com ataques aéreos em nome de Assad é um importante ponto de virada no envolvimento estrangeiro no conflito.

Os Estados Unidos estão liderando uma aliança separada, lançando ataques aéreos contra os combatentes do Estado Islâmico, o que significa que as superpotências inimigas da Guerra Fria agora estão empenhadas em combates aéreos num mesmo país pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.

Ambos dizem ter como alvo um inimigo comum, o Estado Islâmico. Mas também têm diferentes amigos e visões opostas de como resolver uma guerra civil de quatro anos que já matou mais de 250.000 pessoas e levou mais de 10 milhões a abandonarem suas casas.

Washington e seus aliados se opõem tanto ao Estado Islâmico como a Assad, acreditando que ele tem de deixar o poder em qualquer acordo de paz. Moscou apoia o presidente sírio e acredita que o seu governo deveria ser a peça central dos esforços internacionais para combater os grupos extremistas.

A Rússia diz que seus ataques aéreos são mais legítimos do que os da aliança liderada pelos Estados Unidos porque têm o aval de Assad, e mais eficazes porque podem coordenar esforços com as forças do governo para localizar os alvos.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que aviões Sukhoi-24M e Sukhoi-25 fizeram oito saídas, atingindo um depósito de munição perto de Idlib, bem como um prédio de três andares do centro de comando do Estado Islâmico perto de Hama. Além disso, informou que um ataque destruiu uma instalação localizada no norte de Homs destinadas a equipar carros com explosivos para ataques suicidas.

O Estado Islâmico, que se baseia em grande parte no norte e no leste da Síria, não tem presença substancial em Hama ou Homs.

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