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WASHINGTON - A administração Bush embasou uma afirmação crucial na argumentação que levou à guerra no Iraque - sobre laços daquele país com a Al-Qaeda - em declarações detalhadas feitas por um prisioneiro sob custódia do Egito que, mais tarde disse que as inventou para escapar de maus-tratos, segundo atuais e ex-altos funcionários do governo.

Eles disseram que o detento, Ibn al-Shaykh al-Libi, forneceu os relatos mais específico se elaborados sobre laços do Iraque com a Al-Qaeda, apenas depois de ter sido entregue secretamente ao Egito pelos Estados Unidos, em janeiro de 2002, num processo conhecido com rendição.

A revelação é a primeira evidência pública de que dados de inteligência equivocados sobre o Iraque podem ter resultado, em parte, na alta confiança do governo americano em outros países para interrogatório de membros da Al-Qaeda e outros detentos, como parte dos esforços de combate ao terrorismo.

O governo Bush usou os relatos de Libi com base para suas afirmações - anteriores à guerra e agora desacreditadas - de que os vínculos do Iraque com a Al-Qaeda, jamais provados, incluíam treinamento em explosivos e armas químicas.

O fato de Libi desmentir o que disso depois da invasão ao Iraque e de os dados baseados em suas afirmações terem sido retirados pela CIA em março de 2004 é público há mais de um ano. Mas autoridades americanas jamais haviam reconhecido antes que Libi fez as falas declarações sob custódia estrangeira ou que Libi tivesse reclamado que havia falado sob coerção.

Um alto funcionário do governo disse que alguns dados de inteligência fornecidos por Libi sobre a Al-Qaeda era precisos e que as afirmações de que foi maltratado sob custódia do Egito não foi corroborado.

Um relatório secreto da Agência de Inteligência da Defesa, de fevereiro de 2002, expressava ceticismo sobre a credibilidade de Libi em questões relacionadas ao Iraque e a Al-Qaeda. Esse relatório foi baseado, em parte, no reconhecimento de que ele não estava mais sob custódia americana quando fez as declarações e que ele poderia ter sido maltratado, disseram fontes do governo. Eles afirmaram que a decisão da CIA de retirar os dados obtidos de Libi foi tomada depois que ele disse tê-las inventado.

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