• Carregando...

Plano de Obama para a Síria enfrenta falta de apoio dos norte-americanos

Pesquisa aponta que apenas 27% da população dos Estados Unidos acredita que um ataque melhoraria a situação do país árabe

Leia matéria completa

O presidente dos Estados Unidos Barack Obama meteu o pé pelas mãos ao afirmar que iria fazer uma intervenção militar na Síria na última sexta-feira, dia 30. Agora, para não se prejudicar com as possíveis consequências negativas do conflito sozinho, ele transferiu a responsabilidade da decisão para o Congresso norte-americano. Essa é a opinião do cientista político Heni Ozi Cukier, professor de Relações Internacionais na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Para o acadêmico, um ataque ao governo do presidente sírio Bashar Assad terá custos financeiros e de popularidade que Obama não pode arcar. "Se os EUA falharem, a imagem do governo vai piorar muito. O grande problema [de Obama] foi não ter considerado que perderia apoio de países como o Reino Unido".

A intervenção militar na Síria foi anunciada depois que os Estados Unidos afirmaram que possuem provas de que o governo de Assad usou armas de destruição em massa. O ataque ocorreu no dia 21 de agosto em Ghouta, na região de Damasco. Na ocasião, 1.429 morreram.

Intervenção

O cientista político Gunther Rudzit, professor de Relações Internacionais das Faculdades Rio Branco, diz que o ataque dos EUA à Síria é iminente. "É bem difícil que os congressistas não aprovem a decisão do presidente. Só não sabemos quando isso vai ocorrer", comenta. No discurso em que anunciou a invasão, Obama não estabeleceu um prazo.

Após a intervenção, a escalada de violência do conflito vai depender da reação do governo de Assad. Se não retaliar, diz Rudzit, é possível que os militares norte-americanos auxiliem os rebeldes centralizando a defesa aérea síria como alvo.

"Se contra-atacar, podemos esperar a participação de Israel. O que pode gerar um conflito de escala nuclear se Assad reagir com armas químicas", salienta o professor. O primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou ontem que está pronto para se defender de qualquer cenário que se desenhe no país vizinho.

A decisão de Obama em atacar a Síria é vista pelos analistas como uma necessidade de manter a credibilidade do governo norte-americano, que afirmou que não iria tolerar o uso de armas químicas na síria. Caso não tomasse nenhuma iniciativa, os EUA colocariam suas ameaças em xeque para países como o Irã e a Coreia do Norte.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]