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Presidente Obama ao lado do secretário de Justiça, Eric Holder, em cerimônia no Capitólio | Kevin Lamarque/Reuters
Presidente Obama ao lado do secretário de Justiça, Eric Holder, em cerimônia no Capitólio| Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Resposta

Autoridades negam envolvimento de conselheiro-chefe

A Receita Federal norte-americana buscou contrariar ontem as informações de que seu conselheiro-chefe, William Wilkins, sabia das ações de funcionários que investigavam integrantes do Tea Party e outros grupos conservadores. O ex-conselheiro-geral do Tesouro, George Madison, a quem Wilkins respondia na época, disse ao Wall Street Journal que não ficou sabendo de nada enquanto estava no cargo.

Um relatório divulgado na terça-feira coloca a maior parte da responsabilidade sobre os supervisores da Receita em Washington, que comandaram um grupo de especialistas num escritório regional que analisou pedidos de isenção de impostos. Problemas de gestão permitiram que os agentes investigassem, de forma inapropriada, grupos como o Tea Party por mais de 18 meses, declarou o inspetor-geral do Tesouro para administração fiscal.

O relatório, entregue ao Congresso, levou os investigadores a acreditarem que Wilkins estava presente em uma reunião no dia 4 de agosto de 2011 sobre o assunto e pode ter se comunicado com autoridades do Tesouro, o que criaria uma ligação com o governo de Barack Obama. Wilkins responde ao comissário da Receita e ao conselheiro-geral do Tesouro, que, em 2011, era Madison.

Agência Estado

O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, comentou ontem que "vai levar tempo" até que uma investigação do FBI, a polícia federal norte-americana, determine se algum crime foi cometido pelos funcionários da Receita do país que realizaram uma análise mais minuciosa e sistemática das declarações de renda de grupos políticos conservadores antes das eleições do ano passado.

Em depoimento perante a Comissão de Justiça da Câmara dos Representantes dos EUA, Holder informou que a investigação criminal incluirá possíveis violações de direitos civis, declarações falsas e potencial violação de uma lei que proíbe funcionários do governo federal de se envolverem em determinados tipos de atividades partidárias.

"Posso assegurar a vocês e ao povo americano que analisaremos isso de maneira objetiva", disse Holder aos deputados. "Não se trata de partidos nem de convicções ideológicas. Qualquer um que tenha violado alguma lei será responsabilizado."

Na véspera, Holder anunciou que o FBI investigaria o caso depois de a Receita, conhecida pelas iniciais IRS, ter admitido publicamente que houve realmente um escrutínio minucioso e sistemático de grupos conservadores, entre eles o Tea Party, quando eles se declaravam isentos.

A investigação sobre a Receita é apenas um de uma série de escândalos envolvendo o governo norte-americano. Em outro caso, este envolvendo diretamente o Departamento de Justiça, dezenas de repórteres e editores da agência de notícias Associated Press tiveram seus telefones grampeados em segredo.

Mais cedo, o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano John Boehner, criticou a reação do governo ao escândalo da Receita Federal e insistiu em que o "foco número um" dos republicanos é aprovar um projeto para impulsionar a criação de empregos.

Em reunião com outros deputados republicanos, Boehner se concentrou nas alegações de que a Receita Federal norte-americana teria mirado grupos conservadores na campanha eleitoral de 2012. "Claramente, alguém violou a lei. Quem vai para a cadeia?", questionou. "É a hora das respostas."

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