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As forças russas foram responsáveis por não ter evitado o cerco na cidade de Beslan por rebeldes chechenos, afirmou o chefe do inquérito sobre o caso, segundo agências de notícias locais.

Mais de 300 pessoas, sendo metade delas crianças, morreram ao fim do cerco, que durou três dias, em setembro de 2004.

Forças especiais tentaram uma operação de resgate que deflagrou as mortes. A operação foi criticada e considerada mal-organizada.

- Não há dúvida de que a tomada da escola de Beslan é acima de tudo culpa dos órgãos policiais - disse Stanislav Kesayev, membro da Assembléia da Ossétia do Norte que chefiou a equipe local de investigação, segundo a agência Interfax.

- O trabalho dos órgãos policiais deve ser descrito como insatisfatório - afimrou Kesayev em um relatório à Assembléia, de acordo com a RIA Novosti.

O presidente Vladimir Putin disse, na época do cerco, que a tomada da escola havia sido uma declaração de guerra contra a Rússia feita por "terroristas internacionais" e exigiu mais poderes políticos para enfrentar a ameaça. Desde então, o Parlamento modificou as regras eleitorais e permitiu a Putin nomear os governadores regionais.

Putin pediu uma investigação aprofundada sobre o caso, mas a comissão regional de Kesayev é o primeiro inquérito a divulgar conclusões, passado um ano e três meses do cerco.

As equipes de investigação criadas pela Procuradoria Geral e pelo Parlamento ainda não divulgaram suas conclusões.

Kesayev disse que o inquérito não encontrou nenhuma prova de que as forças de segurança tivessem recebido qualquer indicação de que o ataque ocorreria, mas afirmou que elas foram culpadas por permitir a entrada de dezenas de rebeldes fortemente armados na cidade.

- Uma das falhas dos órgãos policiais foi o fato de um grande número de pessoas armadas terem entrado sem ninguém notar em um grande centro ferroviário e aéreo como Beslan - afirmou.

As testemunhas afirmam que a falta de coordenação entre as autoridades criou confusão em torno da escola, onde parentes armados dos reféns misturavam-se às tropas especiais.

Kesayev disse que a confusão aumentou com a desinformação das autoridades, que inicialmente insistiram que havia apenas 300 reféns na escola.

- A informação incompleta sobre o número de reféns afetou o desenrolar dos fatos - comentou Kesayev. - No dia 2 de setembro, pais e parentes dos reféns vieram com a idéia de uma cerca viva (em torno da escola) para evitar uma invasão - emendou.

Em setembro deste ano, Putin reuniu-se com o Comitê das Mães de Beslan, um grupo de familiares das crianças mortas, e prometeu a elas que as autoridades seriam punidas se as investigações as considerassem culpadas pela tragédia.

Mas nesta terça-feira Alexander Torshin, chefe da comissão parlamentar de Moscou, disse que não deve haver pressa:

- O trabalho de rotina está em andamento, e nossas maiores armas são a paciência e a precisão.

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