O segundo homem na hierarquia militar americana no Iraque, general Peter Chiarelli, encerrou a revisão da investigação sobre a morte de 24 civis ocorrida em novembro do ano passado, na cidade de Haditha.
A revisão não foi divulgada, mas partes estão sendo vazadas para a imprensa, como o "New York Times" e as redes NBC e CBS.
O relato oficial de fuzileiros, afirmando que as vítimas morreram por causa de uma bomba, era falso, segundo a revisão. E oficiais ignoraram provas de que as mortes foram criminosas, e não acidentais, diz a NBC. A rede CBS descobriu que o coronel que comandava o regimento envolvido no incidente estava entre os militares que ignoraram as provas.
A investigação sobre as mortes ainda não foi concluída.
O trabalho do general Chiarelli foi o de revisar a investigação feita por outro general, Eldon Bargewell, para saber se os procedimentos obrigatórios em relatórios de incidentes foram seguidos e se houve tentativa de acobertar o caso.
Entre os fatos que deveriam ter chamado a atenção dos oficiais, estão fotos tiradas por fuzileiros dos corpos, provando que as marcas nos corpos eram de tiros, não de estilhaços de bombas; os fuzileiros removeram os corpos para um necrotério local, e o atestado de óbito listou as mortes como tendo sido causadas por tiros; e um oficial dos fuzileiros distribui dinheiro para parentes dos mortos.
No "New York Times", reportagem sobre a revisão afirma que o general Chiarelli aponta, entre os responsáveis pela investigação malfeita, ou incompleta, um general, Richard A. Huck, e um coronel, Stephen W. Davis. Chiarelli recomendará ações disciplinares contra ambos. Detalhes da recomendação não fora, divulgados.
