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Dezenas de milhares de iranianos estão prontos a defender seu país em missões suicidas caso a república islâmica seja alvo de um ataque motivado por sua insistência em manter um programa nuclear. Dentro dos EUA, há temores de que uma possível reação iraniana através de ações terroristas seja mais poderosa e vasta do que têm sido as ações da rede terrorista Al-Qaeda, de Osama bin Laden.

Duzentos iranianos registraram-se nos últimos dias como voluntários para "missões de martírio" contra alvos americanos e britânicos, em caso de ataque externo, informou um grupo extremista neste domingo. O Comitê para Celebração dos Mártires da Campanha Islâmica Global disse que desde sua criação, em 2004, 52 mil pessoas já se registraram para possíveis ataques suicidas, mas o interesse cresceu nos últimos dias, devido às pressões internacionais para que Irã encerre seu programa nuclear.

Já segundo o jornal "Sunday Times", de Londres, autoridades iranianas que pediram anonimato relataram que o país tem 40 mil homens-bomba treinados, preparados para atacar alvos ocidentais em defesa da república islâmica. "A principal força, que leva o nome de Unidade Especial de Mártires Libertadores na Guarda Revolucionária, foi vista pela primeira vez no mês passado, quando integrantes marcharam numa parada militar", diz a reportagem do "Sunday Times".

Os Estados Unidos e alguns de seus aliados ocidentais acusam o Irã de manter um programa nuclear bélico sob a desculpa de estar perseguindo o enriquecimento de urânio apenas para geração de energia. Washington afirma que busca uma solução diplomática, mas não descartou uma ação militar. Na semana que vem, as potências que são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU vão se reunir para discutir como punir a insistência iraniana em manter seu programa nuclear em andamento, a despeito de solicitações da ONU para sua suspensão .

- Por causa das ameaças recentes, começamos a registrar mais voluntários desde sexta-feira - disse o porta-voz do Comitê para Celebração dos Mártires, Mohammad Ali Samadi. - Desde então, cerca de 200 pessoas registraram-se para realizar operações contra nossos inimigos. Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha são definitivamente considerados inimigos.

Neste domingo, mais voluntários apresentaram-se para se registrar num posto instalado na antiga embaixada dos EUA em Teerã, cantando "Morte à América" e "Tecnologia nuclear é direito nosso".

- Vamos dar uma boa lição para aqueles que ousam atacar nosso país - disse Ali, um jovem de 25 anos, que usava máscara enquanto preenchia sua ficha de inscrição. - Não quero ser reconhecido quando viajar para atacar alvos americanos e britânicos.

Samadi disse desconhecer outro grupo de recrutamento de suicidas no Irã e disse não ter vínculos com a Guarda Revolucionária.

Não há conhecimento de que iranianos tenham executado atentados suicidas nos últimos anos, mas os EUA acusam o país de apoiar e patrocinar terrorismo.

Na edição deste domingo do jornal "The New York Times", ex-altos funcionários do governo americano disseram que a resposta do Irã a um ataque militar americano seria o uso "de sua rede de terrorismo para atacar alvos americano em todo o mundo". "O Irã tem forças sob seu comando muito superiores às que al-Qaeda jamais foi capaz de formar", escreveram Richard Clarke, ex-chefe de contraterrorismo, e Steven Simon, ex-funcionário do Departamento de Estado.

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