• Carregando...
Imagem de 2008 mostra o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, durante visita às instalações de enriquecimento de urânio em Natanz, ao sul de Teerã | Presidência do Irã/AFP
Imagem de 2008 mostra o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, durante visita às instalações de enriquecimento de urânio em Natanz, ao sul de Teerã| Foto: Presidência do Irã/AFP

Pressão

Medidas punitivas dos EUA devem poupar setor petroleiro

Os EUA poderão aplicar novas sanções contra o Irã, mas elas provavelmente pouparão a indústria de petróleo. "Acho que haverá um aumento das sanções bilaterais", disse um funcionário do governo americano à agência Reuters, que manteve seu nome em sigilo.

Ele admitiu, porém, que as sanções não devem atingir o setor de petróleo, o principal da economia iraniana, ou mesmo o banco central do país – pela elevação que isso poderia provocar nos preços dos combustíveis, agravando a crise econômica.

"Está fora de questão no momento", disse ele.

China e Rússia, que tentaram adiar a divulgação do relatório, são contrários à aplicação de uma quinta rodada de sanções no Conselho de Segurança da ONU.

Até a conclusão desta edição, Israel não comentou o relatório da agência nuclear da ONU. O ministro da Defesa, Ehud Barak, negou haver plano de ataque iminente.

O único político israelense a se manifestar abertamente sobre o relatório da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA) foi a chefe da oposição, Tzipi Livni. "Agora, quando a verdade está perante os olhos do mundo, Israel deve alistar todos para conter o Irã", disse Livni.

Folhapress

Itamaraty rejeita mais sanções contra Teerã

O governo brasileiro reagiu com cautela à divulgação dos dados do relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIE) sobre o programa nuclear iraniano. Ape­­sar de optar por não fazer declarações oficiais até o pronunciamento da agência sobre o documento, o Itamaraty disse esperar que a comunidade internacional não reaja ao texto com mais sanções ao Irã.

"Esperamos que a serenidade prevaleça. Sanções não trazem o efeito desejado", disse o porta-voz do chanceler Antonio Patriota, To­­var Nunes. O Itamaraty ainda es­­tava analisando o documento ontem, que revela ter identificado no Irã "atividade específica para [desenvolver] armas nucleares".

O Brasil, contudo, estaria "pron­­to para contribuir, como esteve no passado, em um diálogo sobre a utilização pacífica de energia nuclear pelo Irã".

"Achamos necessário criar um ambiente em que o Irã se sinta também apoiado pela co­­munidade internacional", disse Nunes.

Em maio de 2010, Brasil e a Turquia negociaram com o Irã a Declaração de Teerã, que previa o enriquecimento do material nuclear iraniano no exterior em troca de combustível para um reator nuclear de pesquisa no país.

O acordo foi ignorado pelo Conselho de Segurança da ONU, que acabou por adotar mais uma rodada de sanções contra Teerã.

O novo relatório da AIEA, de 25 páginas, foi entregue aos países-membros da agência ontem e vazou à imprensa in­­ternacional logo depois.

Folhapress

  • Confira o avanço da Irã no desenvolvimento de tecnologia nuclear

A agência de energia nuclear da ONU aponta pela primeira vez in­­dícios claros de que o programa nuclear do Irã incluiu atividades com propósitos militares. O aguardado relatório da Agência Interna­­cional de Energia Atômica (AIEA), apresentado ontem, reforça os ar­­gumentos de países que defendem mais pressão sobre o regime do Irã.Em 14 páginas, incluindo um anexo especificamente sobre as "dimensões militares" do programa iraniano, o dossiê detalha testes e aquisição de material e tecnologia que indicam o desenvolvimento de armas atômicas.

"A agência tem sérias preocupações com as possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irã", conclui a AIEA, que se ba­­seou em suas inspeções e em dados "confiáveis" fornecidos por outros países.

"A informação mostra que o Irã conduziu atividades relevantes ao desenvolvimento de um artefato explosivo nuclear" antes de 2003, mas que algumas delas "podem ainda estar ocorrendo".

Entre elas, o relatório aponta um programa oculto para produzir material nuclear longe dos inspetores, testes para transformá-lo em uma bomba e a "reengenharia" do míssil de longo alcance Shahab 3, a fim de que ele acomode uma ogiva nuclear.

A agência afirma ter "fortes indicações" de que o Irã foi assistido por um especialista estrangeiro no desenvolvimento de um sistema de detonação que seria destinado a armamento nuclear.

O relatório não cita o nome do especialista, mas o jornal Washing­­ton Post já o havia identificado co­­mo o russo Vyacheslav Dani­­len­­ko, um cientista que trabalhou no pro­­grama de armas atômicas da extinta União Soviética.

Em uma década de inspeções, este é o mais substancial e detalhado dossiê da AIEA sobre as atividades militares do programa nuclear do Irã, que sempre alegou ter apenas fins pacíficos.

Ataque

As novas informações são divulgadas num momento em que voltaram a circular especulações sobre um plano de Israel para atacar instalações nucleares do país.

As evidências foram apresentadas aos 35 membros do conselho de diretores da AIEA, da qual o Brasil faz parte. O conselho se reunirá em dez dias para discutir possíveis respostas, que podem incluir pedido de sanções.

O governo do Irã rejeitou o teor do relatório, acusando-o de ser "desequilibrado, antiprofissional e politicamente motivado", se­­gun­­do as palavras de Ali Asghar Soltanieh, representante do país na agência, com sede em Viena.

O dossiê da AIEA não faz uma estimativa de quanto tempo o Irã precisa para chegar à bomba atômica. Mas oferece claros indícios de que o programa nuclear do país tem a dimensão nuclear que um grupo de países, encabeçados por Israel e EUA, apontam há anos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]