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Ministro justifica decisão

Teerã - O ministro iraniano das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, justificou ontem a decisão do Irã de proibir o acesso a seu território a 38 inspetores da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA), apesar de um pedido da agência para que reconsidere sua decisão. "Decidimos as modalidades de nossa cooperação com a AIEA segundo os direitos concedidos a seus membros. De um ponto de vista jurídico, as decisões tomadas (para proibir a entrada dos inspetores) não criarão qualquer problema com a AIEA", sustentou Mottaki durante uma entrevista coletiva.

A AIEA pediu quarta-feira ao Irã que reconsidere sua decisão, divulgada dois dias antes, de proibir 38 inspetores da agência de entrar no país. Os Estados Unidos qualificaram segunda-feira a decisão iraniana de tentativa de "impor condições" à comunidade internacional. Os 38 inspetores são procedentes da Grã-Bretanha, da França e da Alemanha (os três países da UE que empreenderam negociações com a República Islâmica sobre seu programa nuclear), assim como do Canadá e dos Estados Unidos.

Bagdá – O governo do Irã chamou ontem de "terrorista" a medida anunciada pelos Estados Unidos que autoriza militares norte-americanos a capturar e matar iranianos envolvidos na organização de ataques no Iraque.

"Esses movimentos são avaliados como medidas terroristas e entram em grosseira contradição com as regras e regulações internacionais", disse o presidente da comissão de política nacional do Parlamento iraniano, Alaoddin Boroujerdi, segundo a agência de notícias semi-oficial do Irã, a Fars. "Uma medida como essa ilustra a falência da nova estratégia americana no Iraque, porque ela não tem tido efeito em sufocar a intranqüilidade e restaurar a calma e a ordem; ao contrário, tem provocado a intensificação de reações no Iraque", disse Boroujerdi.

A política foi aprovada pelo presidente dos Estados Unidos há alguns meses, mas só agora veio a público. Ela é parte de uma estratégia agressiva para enfraquecer a influência do Irã no Oriente Médio e pressionar para que o país abandone seu programa nuclear – o qual Teerã alega ter fins pacíficos.

O presidente George W. Bush disse à imprensa que não há nada de errado com a medida se ela protege os militares americanos. "Algumas pessoas estão tentando dizer isso porque estamos ajudando as tropas no Iraque ao impedir estrangeiros de matar nossos soldados ou machucar o povo iraquiano", afirmou o presidente. "Acreditamos que podemos resolver nossos problemas com o Irã diplomaticamente. E estamos trabalhando para isso – de fato, estamos fazendo ótimos progressos nessa frente."

A autorização para matar diz respeito aos membros da Corte Revolucionária do Irã e a agentes da inteligência do país que estejam a serviço de milícias armadas – não se aplica a civis ou a diplomatas iranianos.

O secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, disse concordar com Bush. "Nossas forças estão autorizadas a perseguir quem está tentando matá-las. Se você está no Iraque e está tentando matar nossos soldados, você deve se considerar um alvo", comentou.

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