O Irã está pronto para avaliar uma proposta para enriquecer urânio na Rússia e, assim, diminuir as suspeitas sobre o seu programa nuclear. No entanto, isso não iria interromper o trabalho similar feito por Teerã. As declarações foram dadas neste sábado pelo ministro do Exterior iraniano, Manouchehr Mottaki.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vem tentando chegar a um acordo sobre possíveis sanções contra o Irã, depois que o país não suspendeu o enriquecimento de urânio, como exigido por uma resolução em julho.
Países ocidentais acusam o Irã de tentar, secretamente, construir um arsenal atômico, mas Teerã diz que tem o direito de enriquecer urânio e que somente busca gerar energia com o programa.
A Rússia havia proposto uma instalação nuclear conjunta no seu território, para enriquecer o urânio do Irã até o nível usado em usinas de energia, mais baixo do que o necessário para fazer bombas.
``O Irã procura preservar os seus direitos de desenvolver a tecnologia nuclear em seu território, mas isso não se contradiz com um trabalho conjunto com outros em outras áreas'', afirmou o ministro Mottaki em entrevista coletiva.
A Rússia, um dos principais parceiros comerciais do Irã, quer excluir parte do texto de um esboço sobre sanções elaborado pela Europa. Os Estados Unidos, por sua vez, desejam uma linguagem mais enfática. As negociações ainda devem continuar por mais tempo.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, declarou na sexta-feira que os inimigos do país não podem fazer ``droga nenhuma'' para interromper as atividade nucleares do Irã.
Teerã ameaça suspender todas as inspeções da ONU ao seu programa nuclear, se vier a sofrer sanções.