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Uma alta autoridade do Irã disse que o país levará adiante o desenvolvimento de seu reator de água pesada em Arak, com ou sem a ajuda do órgão da ONU que regulamenta a produção de energia nuclear. Teerã está sob a ameaça de sanções aprovadas pela Organização das Nações Unidas em razão de seu programa nuclear.

A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) pediu repetidas vezes ao Irã que reconsidere seus planos de prosseguir com o projeto de Arak, mas o Irã seguiu construindo e agora deseja apoio técnico da agência para que a usina preencha os pré-requisitos de segurança.

Diplomatas dizem que o órgão da ONU não deve concordar em razão de temores de que as instalações, que o Irã diz ter apenas finalidades pacíficas, sejam utilizadas para a fabricação de armas nucleares.

``Quer a Aiea ajude ou não, o reator de pesquisa de Arak continuará a funcionar'', disse neste sábado Gholamreza Aghazadeh, diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, segundo a Agência Estudantil de Notícias Iraniana (ISA).

``Se a Aiea negar a prestar assistência, isso prejudicará a Aiea...A Aiea é quem insiste em que o Irã coopere no que diz respeito à segurança do reator.''

Aghazadeh também disse que a usina de Arak, que deve estar pronta em 2009, servirá para a fabricação de isótopos para usos médicos e outras finalidades pacíficas. Segundo ele, a instalação substituirá um reator de pesquisas de água leve construído pelos Estados Unidos em Teerã antes da Revolução Islâmica de 1979.

Líderes ocidentais dizem que, em vista do histórico iraniano de esconder suas pesquisas nucleares dos inspetores da ONU, há um alto risco de que o novo reator tenha como um de seus subprodutos o plutônio, utilizado em ogivas nucleares.

Os EUA têm buscado apoio para a aprovação de sanções contra o país em razão do programa iraniano de enriquecimento de urânio, que, na visão de Washington, será usado para fabricar bombas atômicas. Teerã diz que a finalidade do programa é produzir energia elétrica a partir de reatores nucleares.

Neste sábado, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, pressionou o chanceler chinês, Li Zhaoxing, para que uma resolução impondo sanções ao Irã seja aprovada rapidamente no Conselho de Segurança. Porém, as negociações, paralelas a uma cúpula de líderes da Ásia e do Pacífico no Vietnã, aparentemente não resultaram num acordo sobre as diferenças na ONU sobre o tema.

O texto em circulação no Conselho de Segurança prevê que os países impeçam a venda ou fornecimento ao Irã de equipamento e tecnologia que possam ajudar os programas de mísseis do Irã. Os EUA tentam convencer a Rússia e a China, que têm direito a veto no Conselho de Segurança e exigem mudanças no texto da resolução, que não estão interessados em adotar sanções econômicas de larga escala contra Teerã.

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