O Irã e as principais potências mundiais se reuniram neste domingo (18) para um balanço de suas diferenças sobre o programa nuclear do país, enquanto a administração Obama fazia lobby para evitar novas sanções contra a República Islâmica.
As negociações em Genebra, realizadas entre diretores políticos, são o ponto culminante dos cinco dias de conversas na cidade suíça e Paris, incluindo longas reuniões entre o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif.
Helga Schmid, diretora política da União Europeia, presidiu as negociações a portas fechadas na missão diplomática da UE em Genebra, que contou com a presença de autoridades do Irã, Reino Unido, China, França, Alemanha, Rússia e Estados Unidos.
Wendy Sherman, secretária de Estado interina, liderou a delegação dos EUA, enquanto o Irã foi representado por seu vice-ministro, Abbas Araqchi. Nenhum dos dois conversou com os repórteres na chegada.
"Hoje vamos fazer um balanço de onde todas as reuniões vão nos levar e de como podemos levar isso adiante de forma mais ampla", disse um diplomata à Reuters, falando sob a condição de anonimato.
O presidente dos EUA, Barack Obama, alertou os legisladores na sexta-feira (16) para que não criem novas sanções contra o Irã devido aos seu programa nuclear, dizendo que tal medida perturbaria as negociações diplomáticas e aumentaria a probabilidade de um conflito militar com Teerã.
"O tempo está acabando e a esperança de Pequim é que todos os envolvidos aproveitem essa oportunidade histórica de corrida contra o tempo e façam duas coisas: primeiro, adotem uma abordagem pragmática e flexível com sabedoria e segundo, que demonstrem isso com a máxima vontade política, com decisões políticas firmes", disse o enviado da China, Wang Qun, aos repórteres em Genebra, no domingo (18).
Os negociadores não conseguiram chegar a um acordo em novembro, data limite imposta por eles, que levasse a um entendimento visto como crucial para reduzir o risco de uma guerra mais ampla no Oriente Médio. O novo prazo para um acordo final é 30 de junho, mas as autoridades esperam chegar a um entendimento em relação aos principais parâmetros até o final de março.
As grandes potências esperam convencer o Irã a limitar seu programa nuclear, que o Ocidente acredita se destinar a desenvolver armas atômicas. O Irã diz que o programa tem fins civis.