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O Irã executou nesta quinta-feira duas pessoas condenadas à morte em julgamentos que se seguiram à controversa eleição presidencial do ano passado que causou protestos enormes da oposição, informou a mídia iraniana.

Essa foi a primeira notícia de execução de presos em conexão com o levante contra a eleição de Mahmoud Ahmadinejad e pode aumentar ainda mais a tensão na República Islâmica à frente de possíveis novas manifestações contra o governo no mês que vem.

Os Estados Unidos condenaram as execuções, descrevendo-as como um "ponto baixo" na política do governo em relação aos dissidentes.

"Elas só servirão para isolar ainda mais o governo do Irã do mundo e de seu povo", disse o porta-voz da Casa Branca, Bill Burton, a jornalistas.

Mensagens da Internet têm circulado marcando novos protestos de oposição para 11 de fevereiro, quando o Irã comemorará o 31o. aniversário da Revolução Islâmica. As autoridades linha-dura do país deixaram claro que não vão tolerar o que chamam de "motins".

Os dois enforcados estavam num grupo de 11 pessoas condenadas à morte sob acusações que incluíam declarar guerra contra Deus, tentar derrubar o establishment islâmico e integrar grupos armados, afirmou a agência de notícias Isna. Outros veículos de comunicação iranianos também noticiaram as execuções.

"Dois dos elementos amotinadores e antirrevolucionários foram enforcados na quinta-feira", disse a televisão estatal iraniana.

A advogada de um dos executados afirmou que Arash Rahmanipour havia sido detido antes da eleição de junho. Ela classificou as acusações de "políticas" e o veredicto de "ilegal e injusto".

"Uma execução com essa velocidade e pressa tem apenas uma explicação... o governo está tentando evitar a expansão do atual movimento (de oposição) por meio da disseminação do medo e da intimidação", afirmou a advogada Nasrin Sotoudeh.

"Nunca foi concedido a ele o direito de se defender livremente e eu não pude defendê-lo (de forma adequada)", afirmou ela.

O promotor público chefe de Teerã, Abbas Jafari Dolatabadi, afirmou que os dois eram membros de um grupo pró-monarquia e antirrevolucionário que planejava colocar bombas e assassinar autoridades.

"Eles foram presos pelas forças de inteligência. Eles foram julgados em um tribunal com a presença dos advogados deles... e confessaram as acusações contra eles", afirmou ele à televisão estatal, sem especificar quando haviam sido presos.

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