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O Irã disse nesta quarta-feira que espera não ter de usar a carta do petróleo no impasse sobre seu programa nuclear, mas insistiu que vai defender seus direitos.

Quando questionado se ia usar a segunda maior reserva de petróleo bruto e gás natural como forma de influenciar a disputa, o ministro do Petróleo, Kazem Vaziri-Hamaneh, disse esperar que as coisas não cheguem a esse ponto.

- Espero que essas declarações sejam usadas apenas como demonstração de força, e que não sejamos obrigados a usar esse instrumento como arma - disse ele à agência Isna. - Precisamos das exportações de petróleo e seus recursos devem ser usados para criar infra-estrutura. No entanto, se acharmos que precisamos, vamos defender nossos direitos - acrescentou.

Suas declarações ecoaram as de Yahya Rahim-Safavi, comandante das Guardas Revolucionárias, que disse na quarta-feira que o Irã não quer causar problemas na região nem colocar em risco o fornecimento de energia para o mundo.

Rahim-Safavi afirmou, porém, que concorda com os comentários feitos no domingo pelo líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, de que o fluxo de energia mundial pode ficar ameaçado, se os Estados Unidos tomarem "atitudes erradas" contra o quarto maior exportador de petróleo bruto do mundo.

- Não queremos nenhum tipo de insegurança na região ou em relação ao fornecimento de energia, mas acreditamos que qualquer insegurança no Irã se aplicaria também a toda a região - afirmou ele, segundo a Isna.

- Como comandante militar, acredito que a segurança da energia mundial está ligada à região do Oriente Médio e ao Irã. Elas estão interligadas - afirmou, na inauguração de um duto no sul do Irã.

Os países ocidentais suspeitam que o Irã esteja planejando desenvolver armas atômicas. O Irã nega e diz que só quer usar a tecnologia nuclear para gerar energia, mas não conseguiu convencer a comunidade internacional de suas intenções.

Embora seja provável que primeiro se aplicariam sanções políticas ou econômicas contra o Irã, os Estados Unidos e Israel recusam-se a descartar a possibilidade de uma ação militar contra Teerã.

As declarações do líder supremo foram interpretadas por alguns operadores do setor petrolífero como indicação de que o Irã pode interromper deliberadamente o fornecimento de energia, usando seu ponto estratégico no estreito de Hormuz.

Mas a maioria dos analistas ressalta que o Irã não precisa tomar nenhuma atitude concreta para fazer os preços do petróleo disparar e para simplesmente se aproveitar do temor do mercado.

É improvável que o país pare de vender petróleo, já que as exportações respondem por cerca de 80% das receitas de exportação do Irã.

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