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Nova Iorque – O Irã ignorou o prazo de 60 dias dado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para que suspendesse seu programa de enriquecimento de urânio, apesar das sanções aprovadas pelo órgão em dezembro para forçar o país a suspender seu programa nuclear.

A conclusão, já esperada, está no relatório divulgado ontem pela Agência Internacional de Energia Nuclear da ONU (AIEA), um dia após o vencimento do prazo. De acordo com a agência, em vez de suspender o seu programa de enriquecimento de urânio o Irã decidiu ampliá-lo, com a instalação de duas novas redes de 164 centrífugas na planta subterrânea de Natanz (ao norte de Teerã).

A recusa do Irã em cumprir o prazo da ONU pode levar à aplicação de mais sanções contra o país. O governo dos Estados Unidos, que intensificou sua retórica contra Teerã nas últimas semanas, acusando o regime islâmico de apoiar os insurgentes xiitas no Iraque, classificou o descumprimento de "uma oportunidade perdida".

Tom Casey, porta-voz do Departamento de Estado americano, disse que o Conselho de Segurança deve agora considerar a aplicação de novas sanções, além das que visaram o programa nuclear do Irã e seus mísseis, em dezembro.

Transparência

O relatório de seis páginas da AIEA, assinado pelo chefe da agência, o egípcio Mohamed el Baradei, afirma que "o Irã não suspendeu as atividades relacionadas ao enriquecimento de urânio" e não permitiu o escrutínio necessário para determinar se seu programa nuclear tem fins pacíficos.

"O Irã não permitiu nenhuma das medidas de transparência exigidas, que são essenciais para o esclarecimento de certos aspectos da dimensão e natureza de seu programa nuclear", diz o relatório.

Teerã afirma que seu objetivo é a produção de energia, mas os EUA e outros países suspeitam que o projeto se destina a fabricar armas atômicas.

A reação iraniana ao novo relatório da AIEA foi, mais uma vez, de desafio. Mohammad Saeedi, número dois da Organização de Energia Atômica do Irã, disse que o país continuará a ignorar a determinação da ONU para que congele suas atividades nucleares porque ela "carece de base legal".

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