• Carregando...

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse na segunda-feira que as potências ocidentais se enganam se pensam que Teerã vai ceder à pressão política para abrir mão dos seus planos nucleares, mesmo que isso acarrete sanções ao país.

França, Grã-Bretanha e Alemanha, com apoio dos Estados Unidos, estão preparando uma resolução do Conselho de Segurança para impor sanções ao Irã, em reação à recusa do país em suspender seu programa de enriquecimento de urânio, que o Ocidente suspeita ser parte do desenvolvimento de armas nucleares.

Mas Teerã diz que o programa é pacífico e será levado adiante, apesar das ameaças. Segundo reportagem exclusiva da agência Reuters, o país testou uma nova cascata de centrífugas.

- Eles deveriam saber que tirar vantagem da energia nuclear é a exigência de toda a nação iraniana. Toda a nação iraniana insiste nesse direito e não vai recuar um milímetro - disse o presidente em discurso pela TV.

- Nosso líder [o aiatolá Ali Khamenei] está firme, e nossa nação está unificada e consolidada - afirmou ele no discurso, feito numa cidade na periferia sul de Teerã.

Ao contrário das potências ocidentais, Rússia e China, que têm poder de veto na ONU, relutam em aceitar sanções ao Irã, país com os quais mantêm importantes relações comerciais.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse na segunda-feira que por enquanto não há uma resolução apresentada ao Conselho de Segurança e que ainda é possível um acordo com Teerã para "abrir caminho a negociações".

Em entrevista coletiva ao lado de Lavrov, a comissária (ministra) européia para relações exteriores, Benita Ferrero-Waldner, disse que o objetivo é impedir que o Irã se torne "um Estado com armas nucleares".

Uma importante autoridade iraniana disse que seu país não pode mais manter negociações nucleares com a UE se os europeus se baseiam em um resultado pré-concebido. Essa fonte defendeu que a Europa "pague" por ter abandonado seus compromissos com o Irã.

- Estamos comprometidos com todos os nossos acordos com [o chefe da diplomacia européia, Javier] Solana - disse o negociador Ali Larijani à agência Isna. - Se o outro lado não está comprometido com esses acordos, deve pagar por isso - afirmou, sem esclarecer que acordos são esses.

Larijani e Solana passaram meses discutindo uma forma pela qual o Irã suspenderia o enriquecimento de urânio em troca de negociar um pacote de incentivos da comunidade internacional.

As reuniões foram abandonadas neste mês, sem conclusão, e Solana disse que cabe a Teerã decidir se o diálogo será ou não retomado.

Diplomatas europeus dizem que as sanções serão graduais, começando por restrições às atividades nucleares. Eles temem que um pacote excessivamente rígido de sanções acabe ampliando o apoio da população iraniana ao governo conservador de Ahmadinejad.

- [Uma resolução dura] Viria a calhar nas mãos dos conservadores, porque eles terão a desculpa perfeita para eventuais fracassos econômicos - disse um diplomata europeu.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]