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Uma investigação internacional sobre os atentados contra diplomatas israelenses na Índia, Tailândia e Geórgia, em fevereiro passado, indicou a participação do Irã nos incidentes, revelou o jornal britânico "The Guardian".

Na Índia, agências locais disseram a ministros que o ataque a bomba que feriu seriamente a mulher de um diplomata israelense em Nova Délhi foi obra de uma "entidade iraniana de segurança". Autoridades, no entanto, evitam tornar as acusações públicas, já que Teerã é um aliado estratégico e fornece petróleo para o governo indiano.

A Geórgia e a Tailândia também culpam de forma extraoficial o Irã pelos atentados de fevereiro. Em entrevista ao "Guardian", analistas disseram que as reações do governo iraniano se tornaram mais imprevisíveis depois dos ataques a diplomatas israelenses. "Até recentemente, era possível saber os motivos porque eles faziam o que faziam. Agora eles se tornaram muito imprevisíveis. É muito difícil ver alguma lógica por trás dos ataques de fevereiro, além de demostrar uma habilidade de causar problemas no caso de uma guerra ou o desejo por vingança", explicou um analista.

De acordo com o jornal britânico, pelos menos 12 iranianos teriam trabalhado nos atentados dos dias 13 e 14 de fevereiro, e o plano teria sido preparado com no mínimo dez meses de antecedência. Entre as evidências, estariam transferências de dinheiro para pessoas-chave dentro do Irã, o uso de conexões de telefone iranianas e a ida de conspiradores para Teerã, logo após os ataques. "A pergunta não é se foi um plano organizado ou apoiado pelo Irã, mas sim quem dentro do país está ordenando tudo isso", disse uma autoridade de segurança ocidental.

Os primeiros sinais do complô foram identificados em abril do ano passado, quando cinco iranianos suspeitos dos ataques viajaram para Tailândia e Índia, aparentemente em missões de reconhecimento. Durante o verão e o outono que se seguiram, registros telefônicos, documentos de viagem e informações da alfândega mostram que apartamentos foram alugados, ajudantes recrutados e um esquema de transporte orquestrado para vigiar os alvos dos atentados.

Nesta segunda-feira, o Irã vai retomar negociações sobre o seu programa de enriquecimento de urânio em reunião em Moscou. Em Teerã, o presidente Mahmoud Ahmadinejad disse que seu país está disposto a suspender o enriquecimento de urânio se as seis potências aceitarem satisfazer suas necessidades de combustível.

Ainda não está claro, no entanto, qual a influência de Ahmadinejad nas negociações e se seus comentários refletem a posição do Irã na mesa de negociação. Para diplomatas, é pouco provável que haja um avanço nas discussões desta segunda e terça-feira em Moscou. As potências temem que fazer concessões ajude Teerã a prolongar o processo e ganhar mais tempo para desenvolver capacidade de armas nucleares. Irã nega o uso do programa nuclear para fins militares e diz que o objetivo é apenas gerar eletricidade. Enquanto isso, Israel ameaça atacar o rival se o programa não for suspenso.

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