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O Irã prometeu na quarta-feira levar adiante seu programa nuclear em desafio um prazo da Organização das Nações Unidas para que parasse com o enriquecimento de urânio, mas ofereceu garantias de que não tentará desenvolver armas nucleares.

``Vamos continuar nosso trabalho para atingir nosso direito (à energia nuclear) no menor tempo possível'', disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad na cidade de Siakhal, segundo a agência estudantil de notícias Isna.

``Obter essa tecnologia é muito importante para o desenvolvimento e a honra do nosso país. Vale a pena parar outras atividades por dez anos e focar só na questão nuclear.''

Ahmadinejad é o presidente, mas as principais decisões no Irã são tomadas pelo líder religioso supremo, aiatolá Ali Khamenei. Ele voltou a prometer que o Irã não vai suspender suas atividades nucleares como pré-condição para negociar benefícios comerciais oferecidos por seis potências mundiais.

O Conselho de Segurança da ONU, que em dezembro proibiu a transferência ao Irã de tecnologia e materiais que possam ser usados no programa nuclear, agora pode considerar novas sanções por a República Islâmica não ter paralisado o enriquecimento de urânio até 21 de fevereiro.

O Ocidente acusa o Irã de desenvolver armas nucleares, embora Teerã garanta que o programa é voltado apenas à geração de eletricidade com fins civis.

``Talvez haja certos grupos ou países dispostos a coagir o Irã. A questão nuclear iraniana não pode ser resolvida por meio da força e da pressão'', disse na terça-feira Ali Larijani, negociador-chefe de Teerã para questões nucleares, referindo-se à presença militar dos EUA na região - embora Washington negue a intenção de atacar o Irã.

``Se o outro lado manifesta preocupação com possíveis desvios das atividades iranianas no futuro, não temos objeções a resolver essas preocupações na mesa de negociações'', disse Larijani após se reunir em Viena com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), Mohamed El Baradei.

Larijani disse a jornalistas que seu país vai oferecer ``as garantias necessárias de que não haverá desvio em direção a armas nucleares'', mas não explicou que garantias seriam essas. ''Somos um país sem intenção de desenvolver armas nucleares. Queremos trabalhar dentro do marco do Tratado de Não-Proliferação.''

El Baradei deve apresentar na quinta-feira um relatório sobre o comportamento do Irã diante das exigências da ONU. O texto era esperado na quarta-feira, mas um diplomata próximo à AIEA afirmou que haverá adiamento.

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