Direitos humanos
Deputada iraiana repudia declaração de Dilma Rousseff
A presidente da comissão de direitos humanos do Parlamento iraniano, Zohre Elahian, repudiou as declarações da presidente brasileira, Dilma Rousseff, sobre a situação dos direitos humanos no Irã.
Segundo a agência estatal de notícias iraniana Irna, Elahian enviou ontem uma carta a Dilma dizendo que aqueles que a presidente defende são na realidade "pessoas acusadas de crimes contra a segurança do Estado".
"Os que Dilma Rousseff classifica de prisioneiros políticos e de consciência são aqueles que têm registrado em seus antecedentes crimes de segurança contra o povo iraniano", afirma a deputada.
A parlamentar ainda ressalta que os prisioneiros defendidos por Dilma tiveram a intenção de "acabar com o regime iraniano" durante os grandes protestos de junho de 2009, realizados contra a polêmica reeleição do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
Agência France Press
O Irã abriu ontem sua instalação de enriquecimento de urânio Natanz para a visita de embaixadores de vários países, um dia depois de o chefe do programa nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi, afirmar que o país prossegue enriquecendo urânio. Os representantes de países não alinhados, do grupo dos 77, da Liga Árabe, da Venezuela e da Síria ante a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) participam nesta visita a convite de Teerã. Salehi afirmou que serão organizadas outras visitas ao local. "Os países ocidentais têm a obrigação de reconhecer o direito da República Islâmica do Irã em termos nucleares", acrescentou, citado pela agência Isna.
No último sábado, Salehi disse que as recentes sanções internacionais não criaram problemas para o trabalho no local. Segundo ele, as atividades nucleares continuam na ativa, em especial a de enriquecimento de urânio, que aumentou.
O chefe do programa nuclear também disse que o país "construiu uma nova fábrica em Ispahan de produção de combustível [para os reatores nucleares], que é uma das mais modernas do mundo".
Para Salehi, o Irã deve um agradecimento aos ocidentais por não terem dado o combustível enriquecido a 20%. "O Irã será agora um dos poucos países que produzem barras de combustível", acrescentou.
O Irã dispõe, em Natanz, de mais de 8.400 centrífugas utilizadas para o enriquecimento de urânio, uma operação que centra a preocupação internacional quanto ao problema nuclear iraniano.
Isso porque, se enriquecido a menos de 20%, o urânio serve para fabricar combustível para as centrais de energia nuclear. Mas se continuar sendo enriquecido até 90% ou mais, pode servir para fabricação de armas atômicas.
O Irã já produziu mais de 3.200 kg de urânio enriquecido a 5%. Desde fevereiro Teerã começou a enriquecer urânio a 20%, e atualmente disporia de mais de 40 kg, segundo as últimas cifras dadas pelas autoridades iranianas.
Os países ocidentais suspeitam que o Irã tenta dotar-se da bomba atômica escondendo-se por trás de um programa nuclear civil. Teerã sempre negou.
Para a visita, foram chamados também países da União Europeia, Rússia e China, que declinaram o convite. Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha não foram convidados, o que levou Washington a classificar a visita como "palhaçada". Isso a menos de uma semana de um novo encontro entre o Irã e os países do grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha) nos dias 21 e 22 de janeiro em Istambul, na Turquia.
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