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Usina atômica no Irã: acordo previa que urânio seria removido para a Rússia | Atta Kenare/AFP
Usina atômica no Irã: acordo previa que urânio seria removido para a Rússia| Foto: Atta Kenare/AFP

Repercussão

EUA cobra "resposta formal"

Folhapress, em São Paulo

Washingtons - Os Estados Unidos ainda estão esperando uma "resposta formal" do Irã ao plano patrocinado pela ONU (Organização das Nações Unidas) de cooperação nuclear com as potências mundiais, informou o Departamento de Estado ontem, depois de o governo iraniano ter apresentado sua reposta, com emendas, à proposta de entregar gradualmente o urânio do país para enriquecimento no exterior. "Nós precisamos ouvir uma resposta formal do Irã", disse o porta-voz Ian Kelly, poucas horas depois de a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) informar que tinha recebido a resposta de Teerã, sem fornecer detalhes de seu conteúdo.

Em Abu Dhabi, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, advertiu para a possibilidade de o Irã passar a possuir armas nucleares e instou a República Islâmica a esclarecer os objetivos do seu programa atômico.

O secretário-geral da Otan também pediu para que houvesse pressão política e diplomática sobre o Irã para que o país honre seus compromissos com a comunidade internacional sobre as atividades nucleares.

Nova Iorque - O Irã pediu formalmente alterações na proposta da Agência In­­ter­­nacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o envio de urânio iraniano para o exterior para reprocessamento. O teor da resposta não foi revelado, mas, segundo um jornal iraniano, contém alterações fundamentais no texto original.

A resposta representa um em­­pecilho nas tentativas da comunidade internacional para negociar as ambições nucleares do Irã. Na semana passada, negociadores dos EUA, França e Rússia deixaram a mesa de negociações em Viena acreditando que haviam chegado a um acordo aceitável pa­­ra todas as partes, incluindo o Irã.

Em comunicado divulgado ontem, a agência nuclear da Or­­ganização das Nações Unidas (ONU) disse que havia recebido uma "proposta inicial das autoridades iranianas" para o plano de converter o urânio de baixo enriquecimento iraniano em combustível para um reator de pesquisas médicas.

A AIEA disse que o diretor-geral da agência, Mohamed El-Baradei, está "engajado nas consultas com o governo do Irã e com as partes envolvidas na esperança de que um acordo sobre a proposta seja alcançado em breve". Um porta-voz da AIEA negou-se a discutir as mudanças que o Irã exigiu antes de concordar com a proposta.

Mais cedo, ontem, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad disse que Teerã estava pronto para cooperar com o Ocidente nas ne­­gociações nucleares, mas que não vai recuar de seu direito de desenvolver um programa pacífico de energia nuclear.

Longe do fim

Nos últimos dias, vários funcionários e meios de comunicação estatais iranianos criticaram o esboço do acordo da AIEA, sugerindo que o Irã deveria concordar com as re­­gras gerais do que foi discutido, mas requisitaria mudanças.

O acordo prevê que o Irã envie para a Rússia a maior parte de seu urânio de baixo enriquecimento, onde seria reprocessado para uso num reator de pesquisas médicas. Com a medida, os estoques de urânio do Irã cairiam temporariamente para níveis abaixo do mínimo necessário para a fabricação de armas nucleares.

Embora o Irã possa aumentar seu estoque de urânio, o acordo foi visto como um importante passo para conquistar a cooperação do país na discussão de suas ambições nucleares.

O Irã afirma que seu interesse é desenvolver o uso da energia nuclear, mas o Ocidente e funcionários árabes acreditam que o objetivo pode ser a construção de armas nucleares.

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