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Teer㠖 O Irã recusou-se ontem a interromper o enriquecimento de urânio, após a divulgação de um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmando que o país fez pouco ou nada para provar que não está desenvolvendo armas nucleares. Em vez disso, Teerã reiterou sua oferta de permitir que inspetores internacionais façam vistorias surpresa, desde que o Conselho de Segurança da ONU – invocado pelas potências ocidentais há vários meses para pressionar o Ir㠖 abandone o caso.

Mohamed ElBaradei, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, divulgou na sexta-feira um relatório afirmando que as inspeções da entidade no Irã foram restringidas e que Teerã negou terminantemente os pedidos para interromper a produção de combustível nuclear.

Mohammad Saeedi, vice-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, declarou à tevê estatal que o país espera que o Conselho de Segurança - que tem o poder de impor sanções - devolva o caso para a AIEA. "Se o caso voltar para a agência (AIEA), iniciaremos a sessão que se refere ao Protocolo Adicional", disse Saeedi. O Protocolo Adicional do Tratado de Não-Proliferação nuclear permite inspeções das instalações nucleares marcadas com pouca antecedência. "O enriquecimento continuará. Mas... seguiremos implementando o Protocolo Adicional como uma medida voluntária", afirmou Saeedi. "Se eles mudarem sua decisão, se escolherem o caminho mais sábio, com o caso retornando à AIEA, acreditamos poder resolver rapidamente todas as questões mencionadas no relatório de oito páginas de ElBaradei."

O Irã reitera que está apenas usando seu direto de soberania para enriquecer urânio de baixo nível para ser usado em usinas nucleares – e não quer fazer o enriquecimento de alto nível que pode ser usado em ogivas. As maiores potências mundiais dizem que, após anos conduzindo pesquisas nucleares ilícitas em segredo, o Irã primeiro precisa provar que não está construindo uma bomba nuclear – e isso só pode ser feito com a suspensão de todo tipo de enriquecimento de urânio.

O relatório de ElBaradei afirma que a AIEA "não conseguiu fazer nenhum progresso em seu esforço de garantir a ausência de atividade e material nuclear não-declarado no Irã". "As lacunas de informação existentes continuam a ser uma causa de preocupação", continua. "Qualquer progresso nesse sentido requer transparência total e cooperação ativa por parte do Irã. Essas medidas de transparência ainda não são esperadas."

Diplomatas ocidentais na sede da ONU em Nova Iorque afirmaram que planejam apresentar uma resolução ao Conselho de Segurança dentro de uma semana dando força legal para as exigências do Conselho. Os Estados Unidos, com o apoio da Grã-Bretanha e da França, apóiam sanções limitadas, mas China e Rússia, os dois outros membros permanentes do Conselho, que têm direito a veto, são mais cautelosos. Segundo os EUA, os ministros do Exterior dos cinco membros permanentes mais o ministro da Alemanha se reunirão no dia 9 de maio.

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