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Manifestações em solidariedade aos que foram reprimidos durante os protestos pela morte de Mahsa Amini no Irã
Manifestações em solidariedade aos que foram reprimidos durante os protestos pela morte de Mahsa Amini no Irã| Foto: EFE/CLEMENS BILAN

Pelo menos 400 manifestantes foram condenados à prisão em Teerã por seu envolvimento nos protestos desencadeados no Irã pela morte da jovem curda Mahsa Amini, após ser detida pela chamada polícia moral em meados de setembro.

O promotor de Teerã, Ali Alqasi Mehr, relatou nesta terça-feira (13) as sentenças de prisão contra 400 "desordeiros", dos quais 160 foram condenados a penas entre cinco e dez anos de prisão; 80 a entre dois e cinco anos e outros 160 a até dois anos atrás das grades, segundo a agência oficial de notícias iraniana "Irna".

Mehr também indicou que outras 70 pessoas foram condenadas a pagar multas, embora não tenha explicado o valor.

Esses dados são apenas para Teerã e o número de condenados em outras partes do país é desconhecido.

Os motins começaram devido à morte da jovem curda de 22 anos após ter sido detida pela polícia moral por não usar o véu corretamente, mas evoluíram e agora os manifestantes pedem o fim da República Islâmica fundada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini em 1979.

Durante as manifestações, pelo menos 2 mil pessoas foram acusadas de vários crimes e 11 delas condenadas à morte.

Até agora, o Irã enforcou dois prisioneiros de 23 anos por envolvimento nos protestos, o último deles na madrugada de ontem em uma execução pública na cidade de Mashhad.

Organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional, têm denunciado os julgamentos como “farsas” e “injustos” e “vingança”.

Nos quase três meses de protestos, mais de 400 pessoas morreram e pelo menos 15 mil foram detidas, segundo a ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo.

A forte repressão policial tem provocado duras condenações internacionais e sanções dos países ocidentais.

A União Europeia aprovou hoje uma terceira rodada de sanções contra o Irã por reprimir manifestantes anti-regime, bem como por enviar armas para a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia.

Desta forma, a UE incluiu 20 indivíduos em sua lista de sanções, entre eles jornalistas e generais da Guarda Revolucionária e da Rádio e Televisão da República Islâmica do Irã.

Sindicato mundial de jogadores apela para que iraniano não seja executado

A Federação Internacional de Associações de Jogadores Profissionais de Futebol (Fifpro) fez apelo nesta terça-feira pelo levantamento imediato da ameaça de pena de morte ao iraniano Amir Nasr-Azadani.

O zagueiro, que atuou em clubes da primeira divisão do Campeonato Iraniano, foi detido por defender publicamente os direitos e liberdades das mulheres do Irã, em meio aos protestos iniciados após a morte de Mahsa Amini.

"A Fifpro está comovida pelas informações do que o jogador profissional Amir Nasr-Azadani enfrenta o risco de execução no Irã, depois de fazer campanha pelos diritos das mulheres e pelas liberdades básicas no país", indica a nota oficial.

"Nos solidarizamos com Amir e pedimos a eliminação imediata de sua pena", completa o texto.

O jogador atuou profissionalmente pelo Rah Ahan e pelo Tractor, ambos da primeira divisão iraniana.

Na segunda-feira, Majid Reza Rahnavard, foi enforcado em praça pública, após ser condenado a morte em um julgamento que durou um dia, ao ser acusado de delitos semelhantes aos imputados a Nasr-Azadani.

O Tribunal Supremo da Província de Isfahan acusa o jogador de futebol de "inimizade com deus", pela suposta participação no assassinato de três integrantes das forças locais de segurança, no dia 16 de novembro.

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