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O Parlamento do Irã irá "rever as relações" com países que se posicionaram contra Teerã na semana passada em uma votação na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, na sigla em inglês), disse o presidente do Parlamento local nesta quinta-feira (3).

A AIEA censurou o Irã por construir secretamente uma nova usina de enriquecimento de urânio perto da cidade de Qom, e pediu a paralisação das obras. A resolução foi aprovada por 25 votos a 3, com 6 abstenções, inclusive a do Brasil.

"O Parlamento irá rever as relações do Irã com os países que votaram a favor da recente resolução contra nós", disse Ali Larijani à agência estatal de notícias Irna.

No domingo, o Irã havia anunciado a construção de mais dez usinas de enriquecimento em retaliação à resolução da AIEA. E, na quarta-feira, o país afirmou que irá purificar seu estoque de urânio até o nível necessário para o uso em um reator médico que existe em Teerã --algo que aos olhos ocidentais se trata de um grande passo no sentido do urânio altamente enriquecido, necessário para o uso em armas nucleares.

O Irã alega que suas atividades atômicas se destinam apenas à geração de eletricidade e a pesquisas com fins pacíficos.

O anúncio parece ser a sentença de morte para um acordo com potências globais, pelo qual o Irã enviaria ao exterior o material para ser transformado em combustível para o reator médico.

Rússia e China, que têm poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e tradicionalmente bloqueiam punições ao Irã, apoiaram a resolução da AIEA, e o governo de Moscou parece cada vez mais aberto à possibilidade de novas sanções a Teerã.

Mas, nesta quinta-feira, o primeiro-ministro Vladimir Putin disse a jornalistas que a Rússia "não tem informações de que o Irã estaria trabalhando na criação de uma arma nuclear."

Já o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou a jornalistas que "o tempo está se esgotando", que está ficando "bastante claro" que Teerã irá abandonar o acordo sobre o combustível nuclear, e que o prazo para uma resposta à oferta das grandes potências continua sendo o fim deste ano.

Em Berlim, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse a jornalistas: "Estamos seguindo dois caminhos: por um lado, fazendo ao Irã ofertas para um desenvolvimento bom, comum; mas, por outro, estamos dizendo que, se não for esse o caso - e nossa paciência está sendo gravemente testada - novas sanções devem ser consideradas."

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