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O chanceler do Irã, Manouchehr Mottaki, disse nesta sexta-feira acreditar que as grandes potências estejam avaliando positivamente a proposta de troca de combustível nuclear, apesar de Washington ter condenado a iniciativa como artimanha de Teerã para evitar novas sanções.

Mottaki disse que o plano de troca de combustível acertado entre Irã, Brasil e Turquia neste mês pode ajudar a aumentar a confiança e aumentar a cooperação, em lugar de alimentar o confronto em torno do contestado programa nuclear da República Islâmica.

Ele disse a jornalistas, em Sofia, ter conversado com o chanceler russo, Sergei Lavrov, por telefone na quinta-feira, um dia após Teerã e Moscou terem entrado em choque verbal em torno do apoio manifestado pelo Kremlin à proposta de sanções da Organização das Nações Unidas contra a República Islâmica.

"Discutimos este tema (a troca de combustível), e, segundo meu entendimento, acho que o Grupo de Viena a está enxergando positivamente," disse Mottaki, referindo-se à Rússia, França e Estados Unidos.

Em outubro, Moscou, Paris e Washington tinham concordado com um plano semelhante mediado pela agência nuclear da ONU.

Mas o Irã levantou objeções naquela época, e potências ocidentais agora dizem que o fato de Teerã ter continuado a armazenar urânio enriquecido nesse tempo desvaloriza o acordo para que entregue parte de seu material com potencial para servir a uma bomba nuclear, assinalando que Teerã não conseguirá evitar mais sanções dessa maneira.

Pelo plano acertado com a Turquia e o Brasil, o Irã enviará 1,2 tonelada de seu urânio baixamente enriquecido para a Turquia, onde será guardado até que Teerã receba combustível especialmente processado para seu reator de isótopos médicos, um ano mais tarde.

Lavrov disse a jornalistas na quinta-feira que o Irã ignorou repetidas vezes os esforços de Moscou para resolver a crise em torno do programa nuclear do país. Mas disse, também, que a troca de combustível, se for implementada, será um avanço importante.

"Armadilha dos EUA"

Críticos ocidentais disseram que o acordo ainda deixaria o Irã com material suficiente para uma bomba, se fosse enriquecido para um grau maior de pureza.

O Irã diz que seu trabalho nuclear visa a geração de eletricidade para que possa exportar uma parte maior de seu petróleo e gás.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, incluindo Rússia e China -- que anteriormente resistiram a este tipo de ação internacional -- chegaram a um acordo em torno de um esboço de resolução para impor novas sanções a Teerã.

Mottaki, que participava de um fórum econômico em Sofia, disse que as sanções são uma política "falida."

O negociador chefe do Irã, Saeed Jalili, falou na quinta-feira com o chefe do Conselho de Segurança do Kremlin, Nikolai Patrushev, disse nesta sexta a agência de notícias semioficial iraniana Mehr.

Jalili disse que "interesses e ameaças mútuas exigem que os dois países tenham laços de amizade em campos diferentes," segundo a agência.

Mas um parlamentar iraniano, Esmail Kosari, disse que as autoridades russas mais uma vez caíram na "armadilha" dos EUA, ao apoiarem os norte-americanos em lugar do Irã.

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