Caso Sakineh
Amorim diz que sentença não foi definida
O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou ontem que ainda não há sentença final sobre o caso envolvendo Sakineh Ashtiani. Ontem, o governo iraniano anunciou que a mulher condenada à morte por adultério e cumplicidade no assassinato de seu marido não deve ser apedrejada, mas pode ser enforcada. Em entrevista em Nova York, após reunião com o seu contraparte iraniano, Manouchehr Mottaki, Amorim afirmou que ele "sabe do interesse [brasileiro] e disse que o caso não está finalizado, porque ainda há um processo judicial em andamento".
Amorim disse ainda que o "Brasil é contra a pena de morte em qualquer lugar do mundo".
Teerã - Um tribunal do Irã condenou Hossein Derakhshan, fundador de um dos primeiros blogs em língua farsi do país, a 19 anos de prisão por causa de seus textos publicados ali. Derakhshan, iraniano com cidadania canadense, tem 35 anos e é considerado um precursor dos blogs reformistas iranianos e um figura controversa na comunidade blogueira.
Escrevendo do Canadá, inicialmente ele era crítico à liderança clerical. Em 2006, visitou Israel arqui-inimigo do Irã e disse que queria ser uma ponte entre os povos dos dois países. Mais tarde, tornou-se partidário do presidente Mahmoud Ahmadinejad, elogiando-o por confrontar o Ocidente e criticar os oponentes do regime.
Em 2008 ele esteve no Irã e foi detido. Nos dois anos seguintes, ficou praticamente sem comunicação com a família ou advogados, segundo grupos de direitos humanos. O grupo Repórteres Sem Fronteiras informou em comunicado que "nunca uma sentença tão dura foi imposta a um blogueiro no Irã".
"Este caso, manipulado desde o início, mostra que parte do regime quer tornar Derakhshan um exemplo."
O documento do grupo diz que Derakhshan pagou o preço por "rivalidades internas e lutas por influência dentro do regime".
O site Mashreghnews.ir, que é ligado ao escritório do presidente iraniano, informou ontem que Derakhshan foi condenado sob acusação de cooperar com países hostis uma referência à sua visita a Israel , de distribuir propaganda contra o atual governo, promover grupos contrarrevolucionários e insultar o pensamento islâmico e figuras religiosas.
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